O bredo da Semana Santa
A palavra “blíton” é de origem grega; os romanos a latinizaram para “blitum” e os portugueses passaram a chamá-lo de bredo que é originário da Europa e o espinafre, da Ásia. Mas o bredo, vindo de tão longe, mato da minha infância, do meu quintal, desde meu tempo de menino, é prato da minha mesa. Decepciona-me o paraibano desconhecê-lo; pior, não comê-lo. Aprendi, em Pilar onde nasci, que havia comidas da Semana Santa, como bacalhau, peixe e, na Sexta Feira Santa, o tradicional feijão de coco e bredo ao molho de coco. Depois de colher bredo no sítio, atrás de casa, destacar as folhas e lavá-las, minha mãe as escaldava para retirar delas o visgo. Em seguida, escorria a água e reservava as folhas para fazer o molho que se iniciava refogando-se, no azeite, cebola fatiada, alho amassado e três tomates maduros; depois, duas xícaras de leite de coco, sal e pimenta a gosto. Por fim, colocava-se no bredo uma porção de coentro picado, levando tudo ao fogo brando, por uns dez minutos. Estava feita a deliciosa receita de bredo, hoje desconhecida pela maioria dos donos e donas de casa.
O bredo, primo pobre do espinafre, também é da família das amarantáceas, encontrado em muitos estados brasileiros como planta subespontânea, colhido até em construções velhas, no cinturão verde da cidade, às margens das estradas ou nos pátios das fazendas, o que deveria ser plantado, nas quatro estações do ano, como qualquer hortaliça vendida nos supermercados ou nas feiras livres; não sendo assim, costumo cultivá-lo, com bastante água, em jarros ou jardim. O espinafre, ao contrário, sempre foi cultivado nos USA, assunto de revistas e filmes, onde Popeye ingeria uma lata de espinafre para se tornar, de repente, um “supermarinheiro” contra Brutus e em defesa da namorada Olivia Palito. Assim, conhecíamos o amargo espinafre sem tê-lo no quintal, mas logo consumido entre nós. Quanto ao bredo, apenas falava-se dele na Semana Santa, mesmo sendo muito mais saboroso e nutritivo do que o espinafre.
O bredo é rico em cálcio, fósforo e ferro, possui vitamina A, além de vitaminas C e B; cem gramas de bredo contêm 42 calorias. Das comidas da Semana Santa, o peixe e o bacalhau se preservam nos cardápios. Por que, nesses restaurantes, comemos, em qualquer estação, o “yankee” espinafre e nunca o regional bredo com o gostoso feijão de coco? Ah! Explicável...
O bredo, primo pobre do espinafre, também é da família das amarantáceas, encontrado em muitos estados brasileiros como planta subespontânea, colhido até em construções velhas, no cinturão verde da cidade, às margens das estradas ou nos pátios das fazendas, o que deveria ser plantado, nas quatro estações do ano, como qualquer hortaliça vendida nos supermercados ou nas feiras livres; não sendo assim, costumo cultivá-lo, com bastante água, em jarros ou jardim. O espinafre, ao contrário, sempre foi cultivado nos USA, assunto de revistas e filmes, onde Popeye ingeria uma lata de espinafre para se tornar, de repente, um “supermarinheiro” contra Brutus e em defesa da namorada Olivia Palito. Assim, conhecíamos o amargo espinafre sem tê-lo no quintal, mas logo consumido entre nós. Quanto ao bredo, apenas falava-se dele na Semana Santa, mesmo sendo muito mais saboroso e nutritivo do que o espinafre.
O bredo é rico em cálcio, fósforo e ferro, possui vitamina A, além de vitaminas C e B; cem gramas de bredo contêm 42 calorias. Das comidas da Semana Santa, o peixe e o bacalhau se preservam nos cardápios. Por que, nesses restaurantes, comemos, em qualquer estação, o “yankee” espinafre e nunca o regional bredo com o gostoso feijão de coco? Ah! Explicável...