Navegar em mares invisíveis...
De fato, um mundo de novidades para ser explorado está a nossa frente! Como perspicaz olheiro da sua época, Camões escreveria sobre os desbravadores dos sete mares no mundo (cf."Os Lusiadas"... por mares nunca dantes navegados...); situando o poeta português em pleno século XXI em viagens por mares que não existem fisicamente, sem dúvida, ele escreveria o mesmo verso acima citado, ao desbravar em total perplexidade, o ciberespaço no seu poema épico contendo 1102 estrofes!
A revolução cibernético-tecnológica tornou possível navegar pelo mundo sem ficar mareado, ou, molhado pelas águas dos mares bravios! Os computadores vieram para modificar a sociedade baseado na rapidez das informações, com isso, criar uma estrutura de poder diferenciado, com grande potencial de oprimir e explorar os “navegantes” pretendendo afirmar e firmar a sua autoridade e seus valores neste lugar fora do mapa, sujeitando-o às suas leis, e, regras criadas para este fim.
Você, leitor, ao pagar as suas contas em uma agência bancária, já se sentiu impotente, ao perceber tudo paralisado por não ter acesso à internet?
A web faz parte da rotina da maioria das pessoas no seu dia-a-dia; comunicar-se com amigos e parentes, comprar, pagar contas..., estão, integradas na vida de uma parte significativa da população. Uma pesquisa feita pela empresa OMD, propôs aos interessados o prêmio de US$ 500 para que, deixassem de usar a internet por quinze dias. Atônitos, os pesquisadores viram quase a metade deles, pedir para devolver o dinheiro (nos primeiros cinco dias da pesquisa) para voltar a navegar pela rede mundial de computadores. É conveniente estabelecer horários para o tempo de acesso à internet. É vital perceber que, o computador não pode ser o centro da vida de adultos, jovens e crianças.
Um espaço de sociabilidade sem ser presencial tornou-se a força motriz nas transformações humanas, quer no campo cultural, social, mercadológico..., influenciando na formação de conceitos éticos e morais, atingindo fortemente as relações humanas. Pierre Lévy sugeriu que, a Internet pode ser vista como parte dessas tecnologias digitais, ou, como a infraestrutura de comunicação que vai sustentar o que conhecemos como: ciberespaço, sobre as quais se montam diversos ambientes, como a web, os fóruns, os chats, e o correio eletrônico.
Movido pela fluidez do tempo, dialogo com o filme de Spielberg, “Inteligência Artificial”, vejo a possibilidade de máquinas inteligentes moverem nossas pequenas e grandes vontades..., afinal, no ciberespaço, o atemporal é a força que move a existência, ou quem sabe, a desistência humana!