VOCÊ É ÚNICO.
Na língua italiana, um dos mais de 80 mil fiéis que estavam na audiência do pontífice gritou para ele na sua habitual passagem para chegar ao átrio da Basílica de São Pedro: “És único, Francisco!”.
Papa Francisco sorriu enquanto saudava algumas crianças, mas atento ao que acontecia ao seu redor, lhe responde: “Também você! Tu também és único! Não há dois como você!”.
Essa unicidade é pouco entendida. E talvez a falta de entendimento nasça da unicidade que engloba o todo. Quando todos entenderem que há uma individualidade que se mescla na unicidade de todos pela fraternidade e mesmo pela ancestralidade única, ninguém tratará o semelhante com desamor. Por quê? Porque ele está no outro e ninguém quer o próprio mal.
A individualidade biológica é única, digital, traço de escrita e DNA. Sua alma que pensa também é única, ninguém terá enraizado no corpo, na matéria, o mesmo espírito, a alma que pensa.
A encarnação de Deus é um grande mistério, disse o Papa em reflexão para a Quaresma. É o Papa que diz, reportando esse insondável mistério, não é um pobre fiel aos ensinamentos de Cristo, mas seu Primeiro Dignitário, um jesuíta que quis ser um Francisco, como o de Assis, que nascido na Úmbria em meio a uma nova sociedade monetária, 1181, de tudo se despojou para ser mendicante.
“Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar...” disse o Papa. E ser pobre como O Cristo, O Ungido, O Rei, que se fez pobre para mostrar a irmandade na pobreza, a unicidade da irmandade, o pobre que foi FILHO DE DEUS.
Essa tomada de consciência estar em “ver o outro” como se fosse nós mesmos, só assim o amaremos, pois amaremos sob o preceito “ama o próximo como a si mesmo”. E então o egoísmo que é pai de todos os males cessará.
Esta a compreensão para se apossar de que somos únicos, não só biologicamente, mas espiritualmente como fez entender o Papa, quando damos as mãos uns aos outros,verdadeiramente.