As tais das Mensagens Positivas ou Os Sermões Neurolinguísticos.
Uma questão ando a refletir: A Mensagem que deve ser pregada. Estou gastando um tempo com esse tema, porque tenho percebido que muitos pregadores tem desvirtuado a mensagem da Palavra de Deus. Estes, andam pregando uma mensagem que partindo da mente do homem, sai pela boca do homem, destina-se ao ouvido do homem a fim de atingir a mente do homem. Esta, no mínimo, é a mensagem do homem para o próprio homem. Quando analisamos as mensagens proferidas por qualquer um dos personagens tanto do Antigo como do Novo Testamento, ou a mensagem do próprio Jesus, concluímos que essas eram mensagens inspiradas por Deus e dirigidas especificamente, e exclusivamente, ao ensino sobre a obediência a Deus, observando-se o preceito da Lei, tanto da Antiga quanto da Nova Aliança.
Hoje não se prega a Mensagem que “deve ser pregada”; mas, a mensagem que “se quer ouvir”. Exemplos:
1) Palavras “abençoadoras”: “As bênçãos do Senhor estarão sobre a tua casa”; “Declaro que, hoje, todo o mal está sendo retirado da tua vida, da tua casa, e da tua família”; “Determino a tua cura hoje”... Fora os tais “Deus manda te dizer hoje...” e os “Eis que te digo...”.
2) Outro tipo de aberrações verborrágicas são as “ordens de comando” dadas a Deus, ao Espírito Santo e aos Anjos, tipo: “Hoje, libero a ação dos anjos do Senhor sobre a tua vida”; “Determino que o Espírito Santo traga saúde para o teu corpo, agora”; “Espírito Santo, agora, neste momento, estou liberando a atuação do teu agir neste lugar...”; “Deus, libera agora a benção para este(a) teu(tua) filho(a)”; “Deus abre a porta de emprego, traz agora a cura do corpo, da alma e do espírito...”; e tantas outras bobageiras que se podem ouvir por aí....
3) Autoajuda: “Você é filho do Dono do ouro e da prata; então, a sua história financeira vai mudar”; “Entrega o seu dízimo, porque Deus vai provar amor por você. Afinal, a Palavra de Deus não diz que Deus ama quem dá com alegria?”; ai, ai...
4) Mau uso de passagens bíblicas para fazer promessas que Deus não prometeu: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará”; “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e todas as coisas serão acrescentadas”; “Crê no Senhor Jesus e salvarás a ti e a tua casa”; “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”;... Que coisa, não?
Sabemos que tudo nesta vida são efeitos gerados pelas causas. É a tal da “lei de causa e efeito”. Sobre isso a Palavra de Deus ensina: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29); “... para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” Ef 4.14), e muitos outros mais... Os Profetas já exortavam: “Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei” (Am 5.4) e “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).
E, já que todo EFEITO é resultado de CAUSA, não temo afirmar que: Há Pastores, e pregadores em geral, que ao invés de ESTUDAR a Bíblia para preparar o sermão, através da Iluminação do Espírito Santo, andam baseando suas prédicas em livros. O porquê disso? É simples: Estudar o texto bíblico dá trabalho. Tem que separar tempo para uma boa análise do texto, fazer uma exegese (por mais simples que seja {o que não é o recomendado}), estudar o panorama de fundo para compreender o contexto e etc.. É como diz um certo repórter: “Dá trabalho para fazer...”. é muito mais fácil pegar uma “quentinha” do que “cozinhar o feijão e o arroz, além de preparar a salada e assar a carne”; aliás, além de trabalhoso, tem também o investimento de tempo. Traduzindo, para que não se compreenda errado: É muito fácil lançar mão do que está nos livros dos “propósitos”... Leiam-se “uma igreja”, “uma família”, “uma vida”, e tudo o mais, “com propósito”. Só falta ser lançado o livro “Um propósito com propósitos”. E o que dizer da aplicação NA IGREJA dos ensinos de Joyce Meyer, Rick Warren, Benny Hinn, Joel Osteen, César Castellanos, Renê Terra Nova e tanto outros (e outras) que andam “ensinando” por aí? É por isso que as igrejas estão como estão... Só se vê “oba-oba”, “decantare” e “cantalarasnúbias”, por aí; Culto com diminuição da iluminação para criar um “clima” de êxtase, com muita música do “eu coitadinho que MEREÇO mais de Deus” levando o povo à comoção; É a mensagem com palavras sugestivas levando o povo às lágrimas; verdadeiros shows nos “púlpitos palcos” comandados por pastores que mais parecem “animadores de palco”. Muitos jovens e adolescentes querendo “pular, gritar, correr e dançar”; mas, andar em “obediência” e “na presença de Deus”, isto, não querem... Juventude que grita “quero é Deus! Mas, não tem o mínimo compromisso com a Palavra. ”Sabe por quê? É simples! Para entender veja-se a CAUSA e então se compreenderão os EFEITOS. O que é ensinado é reproduzido na íntegra. Veja o que diz Pedro em sua segunda Carta: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2.1).
Pastores e pregadores devem voltar à Bíblia. A mensagem que deve ser pregada é a Mensagem da Palavra de Deus. Sem alterações. Sem invenções. Sem desvirtuar a Palavra que Deus inspirou. Chega de invencionices no meio da Igreja! Basta de profetadas e “contos de fadas” no seio da Igreja! Prega a Palavra! Tenha a Bíblia como a base para o ensino da Igreja! Não desvirtue a Palavra de Deus! Lembra do perigo de fazer acréscimos à Palavra de Deus (Ap 22.18)?
Fica a recomendação de Paulo a Timóteo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2Tm 4.1-5).
Graça e Paz!