POLITICAMENTE INCORRETO
POLITICAMENTE INCORRETO
Estamos chegando ao limite do incómodo! Desde há muito ouço falar na corrupção no Brasil. Para ser mais específico lembro de ter ouvido que fomos colonizados por portugueses degredados e que movimentos populares combateram da forma que dispunham tanto a corrupção como os abusivos impostos que eram surrupiados do povo.
Mas agora a coisa está saindo da medida, o que temos é o impostometro. Não conseguimos passar 24 horas sem ouvirmos no noticiário denuncias de escândalos escabrosos e manipulações do poder para que os culpados não existam ou se existirem que sejam os “testa de ferro” apenas. Não vi, não falei, não ouvi. Assinei mas não li.
Existe um pacto na imprensa da não divulgação dos suicídios. Acho que é hora de estendermos este pacto aos escândalos políticos, pois senão corremos o risco ou de uma depressão coletiva ou de uma revolução civil. Em minha opinião estamos próximos ou já chegamos à depressão.
Somos massacrados por leis e cobranças de comportamentos que só valem para alguns ou para dar IPOBE aos noticiaristas matinais e noturnos que não se incomodam com a opinião que estão formando.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o que hoje é chamado de “politicamente correto” isto só nos rouba a espontaneidade. No mesmo momento que eles exultam a abertura da porta dos armários onde cada qual deve assumir a sua opção sexual e incentivam a criação das leis que reforçam as relações homossexuais tornam enrustidas as manifestações teoricamente racistas e lhes dão uma dimensão e importância que jamais teriam. Isto só para citar uma dentre tantas outras discrepâncias.
Desde que me entendo por gente, e já passaram muitas décadas, lembro que numa briga em uma “pelada” xingávamos nossos amigos e irmãos com palavras que colocavam em dúvida desde a sua masculinidade quanto o proceder de sua progenitora, e isso só durava o tempo exato de irmos juntos para a “Zezé” ou saborearmos deliciosas panquecas. Coisas sem importância e que ficavam circunscritas na roda do nosso relacionamento. Não venham me chamar de racista ou homofóbico, sou apenas realista, não aceito mentiras e só tenho uma cara, sendo a mesma para os amigos ou frente a uma câmera de televisão.
Para mim são atos de muito maior gravidade e que só denotam a vontade de uns, quer pela cor da pele ou pelo poder econômico alcançado, não se sabe de que maneira, de discriminarem através de cotas as etnias diferentes daquelas a que eles julgam pertencer.
Como dizer para sermos politicamente corretos se nós só ouvimos falar de incorreções dos políticos. Como dizer para cumprirmos a lei se os que não as cumprem não são punidos. Como dizer para sermos honestos se os que nos comandam não o são.
Chega de correção eu quero a liberdade, quero a anarquia o que me guia são meus princípios éticos e morais, quero jogar “peladas”, quero cobiçar a mulher alheia desde que ela mereça e queira ser cobiçada, quero sair e não ter medo de ser assaltado, quero chamar a polícia sem temê-la e sabendo que ela pode agir, quero que meus filhos vão a missa sem temer que o padre é pedófilo, quero ver e cheirar as praças e locais públicos sem os dejetos daqueles que são esquecidos por todos e abandonados pelo poder público que diz que a lei não permite que sejam removidos, quero voltar a votar livre e espontaneamente e não para poderem me considerar um cidadão e ter direitos, quero acreditar no próximo sem ouvir de um representante da lei “o senhor já tem experiência e ainda acredita na palavra dos outros”, quero viver e deixar viver, quero que me deixem viver.
A partir de hoje abdico de ser um ser político, continuo, por enquanto, sendo apenas um ser social.
Geraldo Cerqueira