O AVARENTO

O AVARENTO

Era tão pobre, mas tão pobre que o único bem que possuia era muito dinheiro.

Sovina. Mesquinho, preocupava tão somente em aquilatar riquezas materiais. Não olhava para os lados, não tinha amigos.

Seu espírito era miseravelmente pobre. Alimentava-se pouco para não gastar, andava com roupas rotas e fora de moda para não gastar.

Vivia isolado pois não gostava de companhias com medo que fosse solicitado algo do qual não podia dispor. Medo e agonia faziam parte de seus dias escuros e com manias de perseguição.

Seu prazer era ouvir o tilintar do vil metal que ele contava e recontava metodicamente. Não admirava as belezas de um dia radiante de sol, não caminhava por entre as alamedas perfumadas nas claras manhãs. Andava sempre soturno, triste, doente de espírito.

Não possuia sequer a companhia de um cão o qual pudesse acarinhar. Seu mundo eram os tesouros que acumulava emprestando dinheiro a juros exorbitantes aos incautos que já não sabiam onde conseguir empréstimos.

Coração de pedra, nunca hesitava em executar uma hipoteca ou de tomar algum bem de seus credores. Figura odiada por onde andava. O seu andar com passos pesados causava temor aos conhecidos e vizinhos, pois tinha-se a impressão que arrastava pesadas correntes.

Sua casa era uma fortaleza negra, quintal mal cuidado onde as ervas daninhas proliferavam desde o portão até as paredes. Usava uma única lâmpada para economizar energia eletrica e, comia os mais pobres alimentos.

Velhusco, acabado, magérrimo, sem amigos e sem parentes que, no entanto para ele não importava pois a sua alegria residia única e tão somente nas polpudas cifras do qual era detentor. Com muito pesar fazias as prestações de conta junto a União, e, somente o fazia por questões legais, não sem antes encontrar formas de burlar e restituir ao erário o menos possível

Nunca viajava, não gastava com conduções. Usava os medicamentos oferecidos a preços módicos pelo governo às camadas mais necessitadas, pois não queria gastar. Sua morada, ainda que uma fortaleza, mais parecia uma masmorra: fria, úmida e bolorenta, cujas companhias eram os fantasmas da avareza, da ambição e egoísmo.

Suas arcas, baús e cofres estavam abarrotados. Os seus melhores conselhos eram de seus agentes financeiros que instruíam a respeito das aplicações a juros. Seu dinheiro precisava aumentar cada vez mais, não importando para isso se fosse ético, humano ou não.

Crença ? Jamais, seus ídolos eram o ouro e a prata. A comunidade que ele achava perdulária com gastos desnecessários e confortos inúteis, que se virasse como pudesse para pagar as dívidas contraídas. Sorrir para quê? Seu mundo era dinheiro, muito dinheiro e, os prazeres por mais simples que fossem, nunca deveriam ser cogitados, não para ele.

Nunca se soube que tivesse praticado uma única boa ação. Nunca deu absolutamente nada, pois como sabemos desde o início, o único bem que possuia era dinheiro e isso ele não dava mesmo. Mas o que vale ao homem acumular riquezas em vida ?

Um dia, num cenário macabro o avarento será levado para a cova e, todos os bens e todos os seus tesouros serão deixados para trás. De nada será válido todas as riquezas acumuladas. Nesse dia a imaginação popular da comunidade irá enxergar as assombrações e os fantasmas bailarem num espetáculo tétrico na pobreza miserável de sua herdade.

Viveu acumulando tesouros e morreu paupérrimo de espírito e graça aos olhos de Deus.

Morreu sozinho num turbilhão de horror, deixando para trás as empanzinadas arcas, baús e cofres cujo dinheiro nunca pôde comprar a verdadeira paz que emana dos corações puros, libertos de ganância e desejos de somente ter e nunca realmente ser.

Fiquemos pois com as lições que a Bíblia nos ensina.

Mateus 6:19-24

19 "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam.

20 Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam.

”21 Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.”

1 Timóteo 6

9 "Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.

10 Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

“11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”

A PAZ SEJA COM TODOS QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS EM CRISTO.

Techodelogte
Enviado por Techodelogte em 15/04/2014
Reeditado em 05/10/2016
Código do texto: T4769835
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