COMO SE CONSTROEM NOSSAS CRENÇAS

Preparava-se a moça para fazer seu almoço. Tudo o que sabe sobre preparar comida ela aprendeu com a mãe. Pegara o recipiente onde armazena o arroz que sai de um pacote de cinco quilos que a mãe lhe disse sempre comprar pela razão de durar o mês sem estragar. Mais do que isso estragaria, menos lhe faltaria. Ela sempre constata que sempre sobra um pouco mais de um quilo ao final dos trinta dias do mês e que esse quilo não estraga os seis dias que ainda dura. Mas ainda assim, no dia primeiro de cada mês, religiosamente, tal qual a mãe ensinara ser o dia certo para se fazer compras para a dispensa, a moça não deixa de voltar para casa com um novo pacote com cinco quilos de arroz.

Depois foi a vez de tirar o óleo de cozinha de dentro da geladeira. Ela aprendeu que deve ficar na porta do eletrodoméstico o artigo. Despeja a quantidade de sempre, que é a que ela acha necessária ainda que não esteja seguindo uma receita, e joga as mesmas quatro pazinhas com grãos de arroz que costuma jogar. Ela aprendeu que se deve catar o cereal primeiro, mas, com muito custo sua mãe se desprogramou disso e cuidou de desprogramar a filha também. É que agora se acredita que o arroz já vem catado e os sacos, pelo menos os da marca que a moça usa, que é a que sua mãe lhe fez crer ser a melhor, vêm limpos de impurezas e pode-se pular essa etapa.

Torrar o arroz em vez de cozinhá-lo logo faz parte do aprendizado que a moça recebeu de sua genitora. Antes sua mãe fazia isso com banha de porco, foi assim durante um bom tempo e eram até mais saudáveis os membros da família. Depois, a indústria inventou de extrair óleo de vegetal, coisa completamente inexistente na natureza, quis vender e fez com que a crença de que ele substituiria melhor a banha de porco vingasse na cabeça das cozinheiras. Tiveram que, para isso, condenar o uso da banha que desde os ancestrais mais remotos das cozinheiras era usada sem nunca ter apresentado problemas. Perderam com isso, pois o vilão mesmo é o óleo de soja, em tantos aspectos. O primeiro caso de infarto do miocárdio que surgiu na História foi devido ao crescente uso do óleo de soja. Sem contar o tanto de hormônio feminino que existe na soja e que cuida de efeminizar fisicamente as crianças, agindo na retaguarda para que ideias vindo da televisão, um dos mananciais, façam o resto com o psicológico delas. E assim, teoricamente se cumpre uma etapa da agenda de redução populacional, pois pessoas que têm afinidade por outros do mesmo sexo não correm o risco de procriar. Achava que esse surto que vemos por aí de casais desse tipo fosse totalmente natural, não achava? Compreende agora porque anunciam tanto produto que contém ativadores de hormônios sexuais, como os refrigerantes ou os energéticos, na hora do comercial? Isso é apenas crença? E não é estranho que aparece primeiro uma revelação bombástica na mídia ou a discussão aberta sobre o assunto em uma novela ou reality show para depois se ver à revelia na rua? Não deveria ser o contrário? Homossexuais desse surto: crenças implantadas?

Depois disso ela seguiu com suas crenças que pertencem à tarefa. Refogou o cozido até secar, na quantidade de água de sempre e a quantidade de vezes de sempre. Era como ela garantia para si que teria ao final do processo um arroz branquinho e soltinho. E dava certo. Influência psicológica sobre a matéria ou condição necessária para tal resultado? Conheço pessoas que fazem a mesma coisa de outra forma e chegam ao mesmo alcance.

Bem, eu poderia seguir com essa aula de culinária e mostrar também, etapa por etapa, tudo que a moça cozinhou ou fritou nesse dia. Era dia de arroz, feijão, couve refogada e bife a cavalo, conforme ela determinou, orientada por sua mestra, que seria melhor para aquele dia da semana. Mas, acho que já deu para perceber como construímos crenças e isso é o que eu me predispus a mostrar. A partir disso você pode aplicar a qualquer outra coisa que costuma achar que é automática simplesmente para se convencer de que na verdade você é produto do que acredita. Desde a escolha do tipo de automóvel que quer comprar até a religião que quer seguir; desde o tipo de profissão e a escola onde quer se formar até a sua opinião sobre os políticos ou sobre a televisão.

Nossas crenças são impregnadas na nossa mente. Somos programados, influenciados. Nem sempre quem nos programa sabe que faz isso ou faz por mal. A mãe da moça recebeu as orientações que passou. E crê ela que era o melhor para instruir sua filha, pois foi bom para ela própria. Ela acha que foi. E uma coisa, talvez você concorde, não quero te influenciar, é fato que as crenças nos limitam, nos aprisionam, ditam para a gente o próximo passo. Sempre. identificar e libertar-se de crenças é tomar as rédeas da própria vida. Às vezes não conseguimos ir muito longe na vida por causa delas. Quanta gente não consegue prosperar porque acredita que não é capaz? Quanta gente está em conflito com outras por defender suas crenças sem saber ao certo suas raízes? Essa gente acredita ou é levada a acreditar? Quanta gente não forma essas crenças nas pessoas e toma o controle da vida delas, às vezes as fazendo felizes, noutras, a maioria das vezes, as impedindo de serem por esforço próprio.

Liberte-se das crenças: Futebol, esporte, mídia, política, governos, instituições, ONGs, arte, cultura, racismo, drogas, medicina, saúde, ciência, escola, trabalho, lazer, vida social, família, companhia, sexualidade, igreja, fé. Inventaram tudo isso para você, jogue tudo fora! Repense tudo. Reformule. Quebre o controle. Decida você com o que quer ficar e como se dá cada coisa. Seja livre. Ser livre é ser feliz. Não existe outra condição para ser feliz.

Eu sou autor do livro "Contos de Verão: A casa da fantasia". No livro eu conto uma história em que as personagens alcançam suas independências, ainda que conservando várias de suas crenças.