Porque escrevo?

Muitos perguntam, e eu mesmo me pergunto, porque escrevo?

Sendo a palavra, escrita e solta no éter, ao sabor de leituras e interpretações, mesmo não tendo relação com o momento dos leitores, mesmo não sendo compreendida e interpretada fora das minhas idiossincrasias imediatas, porque escrevo?

Claro que nenhum dos meus três leitores e comentaristas sabe o que se passa em minha mente.

Nem mesmo eu sou capaz de iluminar o pensamento, de dar dicas como um GPS, daquilo que me leva a dizer o que foi dito.

Nem os mais próximos podem devassar minhas sinapses, nem mesmo eu posso explicar como as palavras chegaram a se formar.

Só sei que passar para o papel, ou digitalizar o que a loucura manda jogar pela soltura do pensamento é uma maneira de sobreviver ainda mais um pouco. Se me for proibido expressar meu pensamento, que em tese é meu sentimento, vou me sentir um amputado. Um tetraplégico emocional, talvez um protozoário ainda no caldo de cultura formador da existência.

neanderthal
Enviado por neanderthal em 14/04/2014
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