(des) encontro

Hoje eu me assustei, por duas vezes.

Vi você e não senti nada, como consegui isso?

Aquela manhã ensolarada, o sol batia forte em meu rosto.

Eu na companhia de um amiga, e você com um também.

De longe eu vi você.

Calças folgadas, óculos escuros, conversa ao vento.

Chegando em nosso destino,

o calor me tomas,

não fala comigo,

também não me vêm a vontade de falar.

Enquanto arrumo meu lugar,

aquele em que sorriu, me realizo e também aprendo/ensino;

você toca suave no piano: primavera.

Lá da minha sala escuto-o e penso:

(Não me tens mais ao teu lado em nenhum momento.

Será que segues me amando?

Você tentou demonstrar, e meu erro foi demonstrar demais,

Éramos amigos, nos encontramos e nos compreendíamos.

É bom logo se acostumar pois, raramente brilhará

uma luz no meu olhar para aquecer o teu coração.

Só nos restou o impossível.)

Passou-se aquele tempo...

Chegou a hora de ir.

Você foi para um lado e eu para outro.

De manhã e à noite foi assim.

O nosso atual desencontro casual e dominical.

Depois, fotos aleatórias nossas, obviamente separados; mostram um sorriso.

são reais?

falsos?

opacos?

ludibriados?

momentâneos?

O que realmente acontece quando chegamos em casa e vamos para o nosso quarto?...

"O Cara estranho" ou a "Morena"

Arrancam algum sorriso ali?

Silêncio.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 14/04/2014
Reeditado em 14/04/2014
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