Insônia Insana

Ao acender escuro da sombria luz da noite, o pensamento persiste desperto. Na verdade frenético, como criança diante da vontade sem palavras, sem compreensão adulta. O coração palpita como o trotar de cavalos na guerra.

A humanidade se desenha nas formas dos objetos insinuados, transformados, na escuridão entre paredes – e infinito. E ai! Tenho dela um tamanho medo. Tenho medo do que minha mente impõe (e que vem do imposto), do suposto… do terrível silêncio das bocas fechadas. Dos assustadores olhos cinzentos de névoa. Da fria morte de todos os dias, minutos, segundos... tum-tum-tum-tum…faz barulho este meu coração – um surdo louco ressoando no ouvido.

Depois… mais algum estalido pela casa e já penso no fim de tudo, no fim do mundo, no fim dos mudos… no fim de mim. Desisto de me mexer e cubro os pés – por medo que toda essa verdade me puxe pelos dedos com mão fria (me arrastaria pelas ruas, de pijama e cabelo fuá), depois me levaria – através de uma fenda no tempo – pelas horas mais obscuras da história, como no dia do Estouro do Mundo. Me arrastaria pelos corações tristes. Me levaria pelos sonhos esquecidos. Me arrastaria, sem piedade, por todas as lágrimas ( até aqueles nunca vistas), só para que eu soubesse… a terrível calamidade na verdade.

Ao adormecer da noite, de volta a minha cama,a aparência dos objetos voltam à sua normalidade – cheias de ameaças para as noites de pensamentos que viriam.

E em sono, cansada, me calo de mim.

Ignis
Enviado por Ignis em 13/04/2014
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