Missa de Setimo Dia

Ola meus caros 23 fieis leitores e demais 36 de quando em vez. Domingo eu venho aqui fazer a cronica de toda a sexta-feira, que hoje nao vai dar mesmo.

Acabo de chegar da missa de setimo dia de uma tia. Uma bosta isto. De 2012 pra ca os meus parentes mais velhos resolveram morrer um depois do outro. Espero que agora deem uma folga por uns dois anos pelo menos. Tô cansado de ir a velorio, enterro e missa.

Como disse o padre: "quando partimos, deixamos o que temos e levamos o que somos". Gostei disso.

(Que droga, esse computador ta engolindo os acentos!)

Ate domingo pela manha.

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MISSA DE SÉTIMO DIA

Eis-me aqui, conforme compromissado.

Bom, como eu dizia, estava na missa de sétimo dia de uma tia. Tia legal, dessas que faz parte ativa da vida da gente. Grande carinho por ela.

Uma igreja bem bonita que minha tia frequentava assiduamente. Um monte de parentes lá.

Aproveitei para comprar uma estatueta de São Francisco de Assis na secretaria da igreja, um pouco antes de iniciar a missa. A tia gostava de São Francisco.

Havia um casal sentado ali, o rapaz com uma camisa do Grêmio. Estavam sendo atendidos por uma moça, creio que marcando o cassamento deles. Ambos estavam teclando em seus celulares enquanto a moça conversa ao telefone. Hoje em dia as pessoas, em qualquer brecha cotidiana, afundam em seus celulares.

Nisso entrou a minha prima para conversar algo sobre a missa, pelo que entendi, para acertar o valor. Não sabia que se pagava por missa de sétimo dia. Não quis perguntar para ela se era isso mesmo, não achei nem oportuno nem adequado.

Já na missa, reparei que, sentada a minha frente, uma senhora estava com um celular enorme, acessando a internet. Não conheci ela, não era da minha família. Mas o que ela fazia numa missa de sétimo dia com aquele celular? Vá saber, cada um né. Será que estava postando no Facebook algo sobre a missa?

Lá pelas tantas, passa a caixinha da igreja. Olho e decido colocar dez reais lá. Duas notas de cinco. Tudo é dinheiro - pensei.

Ao final, nas despedidas, um primo se aproxima de mim. Troca duas palavras e tasca:

- Amanhã vai ser aberto o testamento da tia.

Eu eu como isso! Olhei pra ele e ironizei:

- Mas a doença matou a tia tão rápido, como ela teve tempo em pensar em testamento?

Ele me olhou, pensou um pouco e respondeu:

- Vai ver ela já sabia que iria ficar doente e falecer.

Não respondi. Puxa vida, a tia ainda viva na memória e uns parentes já focados na herança.

Tinha razão o padre: "levamos o que somos". O que fica, os outros rapinam. Que se danem, abutre$.

Bom Domingo de Ramos para todos. Sexta-feira Santa tô aqui.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2014 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 18 de outubro.)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 11/04/2014
Reeditado em 13/04/2014
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