EM QUEM VOTAR?
Li em algum lugar, em comentário do Recanto, que não temos opção para a caminhada política, ou ficamos no que está ou caímos nos braços do PSDB com mazelas também afloradas.
Nenhum seguimento político é perfeito, foi assim, é assim e será assim. O homem caminha coberto de erros e o homem faz a política. Mas sempre podemos esperar uma alternância para melhor, ainda que lavados de descrença. O PSDB de Fernando Henrique Cardoso nos tirou a possibilidade da mola mais engenhosa para atingimento das mudanças e oxigenação de programas políticos, a alternância de poder. Como o homem as instituições precisam respirar, necessitam, suplicam por oxigênio.
O PSDB conseguiu e instituiu o que para mim é o grande entrave de ascensão da sociedade brasileira no momento, a reeleição. Por motivo muito simples, o primeiro mandato tem mais em mira a reeleição para o segundo do que voltar-se para resolver do que carece a sociedade. Assim todas essas fichas de concentração para ficar são apostadas em diversas mecânicas, desde a criação de guetos, tribos em cargos comissionados, onde os votos se multiplicam pelos favorecidos como círculos concêntricos, até a satisfação de grandes interesses que voltam em investimentos nas campanhas de quem está no poder. Copiaram dos EUA a reeleição, o PSDB deixou este indesejado sistema, reprovável e interesseiro, mas não copiaram a impossibilidade legislativa do reeleito falar em outro mandato, o que é vedado nos EUA. Só copiam o que não presta. Um mandato de cinco anos seria o melhor caminho, mas não interessa aos “dominus” que nem mesmo reforma política abrem à discussão, quando muito o fazem com mirabolantes ideias inexistentes como “constituintes específicas” que nada mais são do que a vontade de pegar carona para controle da livre expressão. Já tentaram, mas a oposição dos conscientes, onde me incluo e fiz campanha contra, e da mídia responsável barrou.
No momento o STF diz, pontifica, já por seis de seus membros, ou seja matéria já vencedora, que doações de empresas serão proibidas aos partidos e candidatos. Far-se-á, assim, a reforma política, impõe-se. Mas que não seja com listas partidárias onde os caciques políticos se eternizarão e nem com o dinheiro público, o que já ocorre pelos fundos partidários. Que se copie também os EUA nesse ponto, doação dos eleitores, doações pessoais, que poderão cobrar diretamente de seus candidatos promessas acenadas. E as doações se concretizaram pela internet.
E se não gostamos do que aí está, justificadamente, pelo alto grau de desgaste, público e notório, e do que já foi governo, também de forma justificada, nada impede que em futuros debates surja algo novo, com idealismo e decência. Confesso que começo a ver uma luz no fim do túnel.
“I just had an epiphany” . Espero que aconteça uma EPIFANIA,