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                 SEMANA  SANTA  NO SITIO.
 
Como era diferente dos dias de hoje.A semana santa começava no domingos de ramos, mas era na quarta feira de cinzas, depois do almoço que começava o retiro espiritual. Eu e minhas irmãs não podíamos falar alto, chamar palavrões, responder mal para os pais, pentear os cabelos e pasmem, nem tomar banho podia. Comer carne, nem pensar!Tudo isso por respeito a morte de Jesus. Hoje, essas atitudes não tem sentido, mas naquele tempo eu sentia no ar e nas atitudes das pessoas, aqueles dias santos.Até os pássaros, as árvores, o vento ficavam em silencio...Mas no sábado, a festa era total. A  malhação do Judas acontecia e o mais esperado era a abertura do pasquim, uma espécie de testamento que ele deixava.  Havia coisas mais ou menos assim: para o Julio Santana ,  deixo meu sapato furado: prá  Marieta, a minha dentadura; prá Matilde, que só anda calada, deixo a minha língua. Ninguem sabia quem fazia o boneco e o testamento, eram segredos bem guardados. E no domingo de páscoa, bacalhoada com arroz branco e azeite português. Tempos saudosos!