Chapeuzinho Vermelho da conspiração

A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho precisa ser conhecida. Ao longo dos séculos, ela tem sofrido todo tipo de distorção, conforme a conveniência de quem a conta. É necessário um levantamento das principais teorias que tentam explicar o que de fato aconteceu naquele dia em que uma menina de capuz vermelho foi levar doces para a sua avó. Eis algumas:

- Chapeuzinho Vermelho era crítica ferrenha do governo e sempre denunciava as mazelas e injustiças que encontrava no caminho até a casa de sua avó. Há muito tempo vinha sofrendo ameaças e tentativas de cercear o seu direito à liberdade de expressão. O lobo, comunista e comedor de criancinhas, tentou silenciar definitivamente aquela voz de resistência.

- O lenhador sabia de antemão sobre o ataque do lobo e propositalmente permitiu que ocorresse, pois assim poderia intervir e sair como o herói do episódio, revertendo a opinião negativa que Chapeuzinho tinha a seu respeito. A testemunhas, o lenhador teria dito que alguns eventos trágicos seriam necessários até que conquistasse o coração da menina.

- Laudos médicos apontam que teria sido impossível, mesmo para um lobo, ingerir tamanha quantidade de carne humana e ainda sobreviver para ter a barriga serrada pelo lenhador. A história não passa de um embuste armado por Chapeuzinho para ficar com a fortuna do lobo, proprietário de muitas terras na floresta, e ainda comover a opinião pública. O cartão de crédito do lobo foi usado duas vezes em quantidades relativamente altas depois de sua morte.

- O episódio de Chapeuzinho Vermelho nunca aconteceu. Foi uma farsa concretizada no final do século XVII por Charles Perrault, que queria atrair sobre si a admiração do rei Louis XIV. Este, a usou para distrair seus súditos e assim perpetuar a sua condição de monarca.

- Cansado das ameaças que recebia de lenhadores, o lobo forjou a própria morte. Seu caixão estava vedado e um canídeo bastante parecido com ele foi visto em Buenos Aires.

Henrique Fendrich
Enviado por Henrique Fendrich em 10/04/2014
Reeditado em 10/04/2014
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