NECESSIDADE E GANÂNCIA.
A necessidade no mundo está permanentemente em crédito com a ganância. A dívida com os necessitados é grande. Não importa o nascimento e as condições do surgimento dessa dívida. Ela sempre existiu. E brota com força de inumeráveis fontes, públicas e privadas, nacionais e multinacionais, pessoais ordinariamente, por forçosamente terem como centro dessa mecânica o homem. O homem credor e o homem devedor.
A voracidade em ter mais a qualquer preço instaura cada vez mais a necessidade. Onde sobra pela ganância praticada falta para a necessidade existente. Essa injustiça que divide e desordena, é nascida de todos os sistemas de forma histórica. Ter de forma legítima, fruto do talento e do trabalho, é válido. A ilegitimidade é o ter que surge do apossamento indevido, em variadas formas, do acúmulo capitalizado gerado pela exploração que não divide, que não assiste, que pratica a usura que retém o muito que deveria superar a necessidade, até a corrupção que assola os Estados. A cobiça em ter mais tirando de muitos o pouco que aplacaria a necessidade, como gênero, e mesmo a própria espécie envolvendo a origem das obrigações estatais, é a pior das manifestações do homem, porque retira a dignidade mínima de todos que têm direito a comer, a se educar, a morar, a ter saúde convencional e dela tratar, enfim a viver como pessoa.
"Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, não há o suficiente para a cobiça humana." Gandhi.