“ O que morre dentro de nós enquanto estamos vivos é nossa real e grande perda; o resto são palavras soltas ao vento e sem efeito algum.”
Puppet
 
Puppet é destas mulheres diferentes para o mundo, fala do que as pessoas não querem saber ou ouvir e, vive a lacuna de um amor não correspondido; sentimentos que hoje os homens não sabem mais proporcionar.
Puppet amou e segue hoje, amando sozinha.
Difícil não amar alguém com 92,3% de mesmas afinidades diz do balançar da cadeira de sua varanda com vista para um jardim de margaridas, batizadas com o nome dele.
Eis um homem que fala da velhice vista no espelho e, continua a viver e, eis Puppet que envelheceu tanto com dissabores que segue desfalecendo.
Todos os dias faz uma viagem mental até ele com as asas longas de sua imaginação e, o beija carinhosamente,  declara toda saudade guardada e, atrapalha seus cabelos e, canta Insensatez de Tom Jobim ao seu ouvido e, retorna para a realidade que é a solidão em seu coração.
Ainda ama-lo e deseja-lo tanto que a torna viúva de marido vivo.
Mas, calma diz a própria Puppet, tudo isso faz parte da vida como um aprendizado.
Um casal não deve ser um par de jarros lindos a combinar por fora e, sim a composição perfeita de uma panela velha com sua tampa amassada, mas que funciona.
Ryan sabia agrada-la, lia em voz alta textos engraçados e, da mesma forma fazia uma releitura em sua voz de sua alma, era presente estando ausente, fazia poesias somente pra ela, cuidava dela com desvelo e carinho, mas a abandonou para viver e ter o que chama de sucesso.
Puppet não cansa de afirmar que a velhice é algo mental e, que saber envelhecer é colocar em andamento sabedoria e grandiosidade.
É bom ter alguém para amar diz Puppet, mas que a ame dez vezes mais.
Levanta neste momento, solicita desculpas por desejar parar a conversa e saí para o jardim de margaridas que cultiva para o querido Ryan.
 
 
 
Helisana Rodrigues
Enviado por Helisana Rodrigues em 07/04/2014
Reeditado em 07/04/2014
Código do texto: T4759302
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