Aracaju, a Europa do bolso dos políticos
Considero impossível MUDAR UM PAÍS. Refiro-me à questão política. Um político é um ser humano com as características tanto de bondade quanto de maldade; tanto de honestidade quanto de desonestidade; tanto de uma coisa quanto de qualquer outra. O sistema político é uma entidade PODEROSA e tem estratégias fortíssimas para tornar maus alguns bons, desonestos alguns honestos e assim por diante. Uma vez entrando na RODA VIVA, acredito que dificilmente o indivíduo que se envolve com a política e se vê entre a panela fervendo ou a frigideira torrando, consegue escapar. A doença vai se espalhando pelo corpo e a alma até tomá-los integralmente. Poucos são os que conseguem fugir das garras do Sistema, ou então são mortos ou se suicidam. São muitos esses casos na História. Fora isto, há outra coisa muito perniciosa: quando se corrompe a moral e a ética, advindo a neutralidade, a insensibilidade e o cinismo. Então, observo muito tristemente as duas bandas da população: a posição e a oposição. Essas duas bandas perpetuam a competitividade e lutam, uma para não sair da posição e a outra para voltar a ser posição, pois é ali que sabem o que existe para eles. Quem nasceu em Aracaju e viu a vida inteira a teima entre as poucas e tradicionais famílias de opressores e exploradores do povo e os oprimidos se acostumando e até gostando da situação de miséria, não tem como acreditar mais em coisa alguma. Eu também vi alguns que nem eram sal e nem açúcar. Esses logo trataram de se misturar e fazer conchavos e acordos com aqueles com quem jamais se entenderam e de quem sofreram a ação opressora. Quanto ao Zé Povinho, este aprendeu a amar a servidão. Na rede social Facebook vejo exemplos de pessoas simples, mas que, mesmo tendo estudado, ainda veneram os grandes chefes políticos que volta e meia estão sempre no poder. Esses chefes usam o dinheiro público para fazer alguma bobagem e se gabam de estar lutando pelo social. O pior é que acreditam! Zé Povinho acredita! Na última campanha, como de costume, não faltaram as promessas de sistema de transporte modelo europeu, de segurança modelo USA, de habitação modelo PARAÍSO TERRESTRE. Agora vejo as mesmas pessoas clamando, chorando e gritando porque Aracaju vive entregue aos marginais. Talvez fosse a hora de PLANTAR um box policial em cada quadra da cidade. Talvez fosse hora de cuidar da beleza e da limpeza de toda a cidade de Aracaju, pobre Aracaju que abre as pernas para reformas mentirosas e para obras sapecadas. Pobre Aracaju que tem umas pracinhas que mais parecem canteiros de quintais, mas que recebem supostas obras com gosto e preço europeus, mas com cara de povoado nos confins de Judas. Pobre Aracaju das calçadas arrebentadas. Pobre Aracaju toda suja e feia. Pobre Aracaju que faz a riqueza de quem vai passear na Europa verdadeira com o dinheiro do Zé Povinho. Sendo assim, a esta altura, eu mesma fico anestesiada e cuspo revolta em tudo isto e muito mais.