O aviso.
O sujeito caminha, contínua e calmamente, por entre paisagens muito agradáveis e está muito feliz. Que tipo de paisagens? Pode ser qualquer uma que provoque um estupendo sentimento de felicidade, e deixe um sujeito muito feliz. Certamente, você conhece algum momento de extrema felicidade. Ainda que não sejam muitos, eles existem, e tu deves ter vivenciado alguns. Puxe pela memória. Então prolongue um destes momentos de extrema felicidade, e poderá sentir o que o sujeito está a sentir enquanto esta a caminhar, muito feliz, por entre estas belas paisagens.
O cenário pode ser urbano ou rural, tanto faz. O importante é que o estado de alma do sujeito esteja repleto de felicidade. Algo deveras aprazível que a pessoa que sente, não quer que termine. Tu nunca te sentiste assim? Duvido. Todos vivem momentos de extrema felicidade que até parecem ter entrado em êxtase. É um estado maravilhoso onde inexiste qualquer tipo de preocupação.
O sujeito continua a caminhar, talvez levite. Sim, em seu caminhar ás vezes ele levita, tal é o estado de bem estar que sente. É simplesmente algo divino. Este bem estar é infindo e o caminhar também. Segue sempre em linha reta. Talvez esteja caminhando em direção ao futuro. Não é isto que um caminhar em linha reta supõe?
Sim, havia muitas flores belas e coloridas pelos caminhos. Uma brisa agradável lhe toca suavemente o rosto e um ar agradável lhe invade as narinas. Sob os pés sente um solo extremamente macio, semelhante a um gramado levemente molhado. Este solo agradável lhe faz massagens nas solas dos pés.
Tudo é belo e maravilhoso e faltam palavras para definir semelhante gozo. Porém, enquanto o sujeito caminha neste êxtase contínuo, uma aranha grande, não se sabe vindo de onde, destas que o povo chama de viúva negra, entra no interior de seu calção. O sujeito entra em desespero e retira o calção imediatamente. Também retira a cueca e não consegue encontrar a aranha. Em meio a agitação o sujeito percebe que está tudo escuro, um breu total. Dirige-se até o interruptor e acende a luz. O sujeito, que está pelado, percebe que o acontecido não passara de um sonho.
Igualmente percebe que tinha levantado da cama num pulo, e que esta está toda desarrumada. Atônito com o acontecimento veste-se, e começa a arrumar a cama para voltar a dormir, quando escuta um barulho que parece vir de longe. O barulho que ouve parece vir de latidos de cachorros e de um som baixo, que parece ser produzido por alguém batendo as palmas das mãos. O barulho aguça sua atenção e ele fica em silêncio para ouvir melhor. O latido dos cães continua e, igualmente, ouve novamente um som produzido pelo bater das palmas das mãos de uma pessoa. O sujeito pensa quem será a estas horas? Resolve averiguar o que está acontecendo. Dirige-se até a parte frontal da casa e espia pela janela. Então vê três mulheres conhecidas suas. Abre a porta e dirige-se até as mulheres para saber o que elas querem, afinal de contas era madrugada, algo próximo das três horas.
Uma das mulheres, que é sua amiga, está triste e lhe diz que a mãe está em estado de coma na UTI de um hospital, e que ela necessita de uma carona para se deslocar até o hospital. Prontamente, o sujeito se coloca a disposição e pede que aguardem um momento, para ele vestir-se. Minutos depois, já estão no interior do carro a caminho do hospital. Quando chegam ao hospital encontram a mãe de sua amiga em coma, porém, a doente não está em uma UTI. A mulher está em cima de uma maca, no corredor do setor de emergência do hospital. Foi a última vez que a amiga do sujeito viu a mãe viva, pois no dia seguinte a mulher que estava em coma, veio a falecer.