Efêmero
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança. O mundo gira, faz sua coreografia de 360 passos, mas nunca volta para o mesmo lugar. O ponto de partida é outro, pois os objetivos são outros. Mas a busca é a mesma: a perfeição. Busca impossível, aliás, pois o perfeito não existe. Não aqui, não agora.
Que busca imperfeita esta, pela perfeição! Morre-se por essa miragem, vivendo essa sombra, essa luz, esperando encontrar pelo menos uma parte dela. Já que o todo é feito de partes, o todo não é todo sem a parte, então a parte pode ser o vislumbre do todo?
Não, não, não! Chega! Carpe Dien! A vida é curta demais para isso. Viva com as imperfeições, fuja com elas, se preciso. Deixe-as balançar no ritmo do canto dos pássaros. Ou peça para um pastor leva-las com seu gado. Tanto faz. Só acabe com essa loucura. Se até deuses têm suas fraquezas, por que nós, simples seres humanos, devemos ser perfeitos?