QUANDO A LEI DO AMOR IMPERAR

NO TRÂNSITO:

O motorista atento às sinalizações para em frente à faixa de pedestre e exclama:

__Querido irmão, você tem a preferência, pode atravessar a faixa tranquilamente, por favor.

__Em absoluto, tenha a gentileza, rebate o pedreste, sou eu que concedo a você este privilégio. Siga ao seu destino levando consigo meus votos de felicidade.

__Jamais eu iria desperdiçar esta oportunidade de praticar a lei maior que nos rege. A Lei do Amor. Finalmente conseguimos erradicar a maldade, a ignorância da face da Terra.

Enquanto esse impasse acontecia, o transito já tão caótico, tornou-se em segundos qualquer coisa monstruosa, perdendo-se de vista pela avenida afora. Porem nada se ouvia de protestos, impropérios, reclamações que pudesse violar o clima de paz e tranquilidade reinante. A impaciência, a intolerância antes predominante, cedia espaço para gentileza, para o respeito, para a educação. Todos cumpriam a Lei do Amor. E o diálogo entre os dois continuava....

__Olhe aqui, caro amigo, não dificulte o meu cumprimento desta lei. O que custa a você conceder a mim este momento?!

__Enquanto você se mostrar lamentavelmente intransigente, coisa do passado aliás, eu não saio daqui. Que me importa a lentidão do trânsito, este calor sufocante, este estresse, este congestionamento enorme que se formou por conta do cumprimento da Lei do Amor?!. Você vai atravessar agora mesmo esta maldita faixa, nem que para isso eu tenha que descer de meu carro e arrastá-lo para a calçada.

__Se você continuar agindo com tanta teimosia, corre o risco de descumprir esta lei e ser penalizado por isso, portanto resolvi não atravessar mais esta faixa. Vou caminhar mais alguns quarteirões e tentar encontrar outro motorista menos teimoso.

__Pô, cara, teimoso é você, mal agradecido e muito burro por sinal. Pare de encher meu saco e siga teu caminho, se você não quer atravessar esta faixa de “merda” vá então para o inferno.

__Bem, estamos façamos um acordo: eu atravesso a faixa, mas para este lugar eu te concedo a passagem......

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 01/04/2014
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