Elucubrações de Oiram

Elucubrações de Oiram

Eu sou um obscuro e vivo a um passo do abismo. Enquanto a maioria caminha tateando pelo dia, vou correndo nas trevas da criação de mim mesmo.

Estou farto da lucidez!

Fui criado para responder ao externo, mas, é no fundo de mim que produzo a vida que não pode ser vivida. Procuro a exaustão de mim até me consumar, pois gastarei cada suspiro nesse mundo e deixarei, apenas, restos de um “eu” para o depois.

A liberdade é instituição que foi aprisionada!

Estou à procura da loucura!

Apresentaram-me o mundo e desconheci, por causa das apresentações, o propósito de estar. Vivo ou não vivo, contudo, o pior são as elucubrações.

Permitiram que eu falasse, mas cercearam minhas perguntas apresentando-me respostas definitivas.

Quero a loucura!

Preciso me libertar das prisões da docilidade. Quero o silêncio escandaloso do louco e sua pedra atirada a esmo! Não preciso entender, quero a incompreensão e as dúvidas; elucubrações. Eu cresço na dúvida!

Duvido, logo penso!

Quanto de mim ainda será dilacerado pela violência da existência? Quanto de mim ainda restará na vida? Quanto de mim sou eu?

Eu não passo, apenas dou passos e deixo o que passo nos passos que dei.

Oiram, a Víbora Notívaga