Bom mesmo era a ditadura

Diz o relato bíblico que o povo hebreu sofreu todo tipo de aflição nas mãos dos egípcios. Isso porque estavam se multiplicando e havia o medo de que se tornassem poderosos demais. Tiveram então que amargar uma vida com dura servidão, trabalhando em meio a barros e tijolos, além das atividades no campo e todo tipo de serviço que os egípcios os obrigassem a fazer. Havia até mesmo ordem para lançar no rio os filhos homens dos hebreus. Cansados, eles suspiraram e seu clamor subiu a Deus, que prometeu tirá-los da terra da aflição e levá-los para a que mana leite e mel.

Sob a liderança de Moisés, foram pedir a Faraó que os deixasse ir ao deserto oferecer sacrifícios. Faraó achou que os hebreus estavam com muita falta do que fazer e deu mais trabalho para eles. Agora eles já não davam conta de todas as tarefas e passaram a ser açoitados. E Deus continuava prometendo que iria tirá-los debaixo das cargas dos egípcios e livrá-los da servidão. Veio então o episódio das pragas, mandadas ao Egito toda vez que Faraó impedia a partida deles, até que finalmente o povo hebreu se pôs a caminho da Terra Prometida.

Nesse trajeto, encontraram um rio de água amarga e murmuraram contra Moisés: que havemos de beber? Mais alguns dias, veio a fome e eles disseram: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito. Lá comíamos pão até fartar. Porque nos trouxe a esse deserto? Para matar de fome toda essa multidão?”. Discurso semelhante fizeram quando sentiram sede: “Por que nos fizeste subir do Egito? Para nos matar de sede, a nós, a nossos filhos e ao nosso gado?”. E não faltou muito para que apedrejassem Moisés.

Diziam isso porque, ao contrário do esperado, a simples saída do Egito não havia acabado com todos os seus problemas. Ninguém ali estava vendo as bênçãos que foram prometidas. Como elas não vieram de forma imediata, sentiam saudades do tempo em que sofriam na mão dos egípcios e então cogitavam voltar atrás. Bons tempos aqueles em que Faraó nos escravizava!

Henrique Fendrich
Enviado por Henrique Fendrich em 31/03/2014
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