Ainda, The Beatles

George Frederic - escreve-se assim mesmo, sem a 15ª letra do nosso alfabeto - tal como o pai “Fred” -, garoto da melhor cepa, meu dileto sobrinho, estagiário de Direito e promissor causídico, neto e filho de advogados, mesmo sem terminar o curso de direito já prestou exame ante a OAB/MG; e conseguiu sua inscrição, ressalve-se que ele ainda não se formou, mas está a caminho.

Pois bem, George presenteou-me com um DVD do show comemorativo aos 50 anos da 1ª apresentação do Beatles nos Estados Unidos, no programa, The Ed Sullivan show.

Para celebrar a data, Paul McCartney e Ringo Starr se juntaram as outras estrelas e promoveram o show. Entre os convidados nomes consagrados como, Stevie Wonder, Pharrel Williams, Maroon 5, Alicia Keys e Peter Frampton.

Na plateia estavam à viúva de Lennon, Yoko Ono na companhia do filho Sean - parecidíssimo com o pai - e a ex-mulher de George Harrison, a bela Olívia. Sem dúvida fiz uma viagem de retorno aos meus bem vividos 15 anos.

Contudo, o que me deixou intrigado foi o ato de Paul McCartney, mesmo vendo Yoko Ono nas primeiras cadeiras da plateia, cantar o hit, Get Back (Volte), agente principal da discórdia entre ele e Lennon; fato amplamente divulgado pela mídia da época..

Segundo declarações de John Lennon, na última apresentação dos Beatles no dia 30 de janeiro de 1969, quando subiram no terraço do prédio número 3 da Savile Row, em Londres, e, durante 42 minutos, tocaram várias canções para um público que lotavam as ruas que circundavam o dito prédio, Paul cantou Get Back, olhando desafiadoramente e diretamente para Yoko Ono. Era um olhar provocador, cínico, que a constrangia, afirmou John. O fato gerou enorme discussão entre John Lennon e Paul, que ficaram anos rompidos.

A título de esclarecimento o refrão diz “Volte, volte para o lugar que você pertence”. É sabido que Paul McCartney sempre culpou Yoko pela dissolução do grupo. Talvez esteja aí o motivo de ter ignorado a presença dela no tributo. Paul não lhe prestou homenagem, nem mesmo quando citou carinhosamente George Harrison e John Lennon.

Quanto à apresentação no terraço, Paul declarou no livro Antologia, que; “foi estupendo porque era ao ar livre, algo pouco habitual para nós"; não sem lamentar que alguém desligasse o equipamento de som quando a polícia chegou para pedir a suspensão do show improvisado. "Algum morador ligou para a polícia e quando subiram eu estava tocando - contou Ringo no mesmo livro - e pensei: “tomara que me prendam! Estavam filmando e teria ficado genial se os policiais tivessem carregado à bateria. Mas, naturalmente, não fizeram nada disso".

Foi um belo presente, George; gostei muito! Valeu!