O que ela precisa saber
Ela precisa saber que sou sincero e que tenho trabalhado arduamente para me mostrar menos pior e superar tantas inseguranças e desmazelos, provenientes de uma imaturidade peculiar a todo aquele que consegue realizar a força que tem uma paixão, no sentido motriz da vida. A paixão tem dessas coisas. Nos torna atemporais, translúcidos e irreais. Doces e insanos! Vagos e dementes! Mas adoráveis astros de uma peça única que estreia em qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer espaço, quando menos se espera... Daí, tudo funciona em torno de, por, com e justamente preposicionado, anexado e inseparável. O que não significa que o universo pare no tempo. Mas o que me habita, apenas vive. Eu orbito.
O que ela precisa saber é que todo planeta tem seus habitantes. Tem espaços para seus retirantes. Tem seus preferidos entre os demais. Tem aqueles que se vão e não voltam mais. Tem aqueles que são até mais protegidos, mas com o mesmo amor dos que se sentem preteridos. Meu coração é um planeta muito louco, que guarda de todo mundo um pouco e que dá tudo de si, sem dó, num lá adiante de uma retumbante melodia de amor, eterna busca feita de raros encontros. E nessas órbitas de tantos anéis, assim sou eu em tantos tons pastéis, esperando de algum habitante um novo colorido, que me torne mais bonito e nunca um astro esquecido. Porque o tempo, de quem sou íntimo, esse, nunca se esqueceu de mim.