P A Z.

Registramos que onde se acha mais paz é no silêncio dos cemitérios. Lá ninguém tem pressa. É inevitável e intransponível ficar em paz.

Certa vez fui em missa de sétimo dia do pai da juíza Patrícia Acioli, ela ainda viva, morta fatidicamente como sabido. Sentei ao lado de seu tio, um amigo desde jovem. Comentei com ele antes do Padre falar, já que o morto era irmão da irmandade, que ele agora estava em paz, já não tinha mais os atropelos de ter que pagar contas, as obrigações do dia a dia ,temores, preocupações em geral, etc.

Lutou muitos anos para ter um apartamento de três quartos, e morreu enfartado na calçada em que esperava a mudança para o apartamento de três quartos que conseguira comprar, nesse dia que seria de alegria, entrar no apartamento que tanto desejava. Morreu antes.

Iniciado o sermão disse o Padre. O nosso irmão João agora está em paz, não mais terá que se preocupar com contas de condomínio, água, luz, dívidas, etc. Está em paz. Isto coincidentemente ao que falara ao seu cunhado, meu amigo, e comentei, é telepatia minha com o padre.

Lógico que em princípio ninguém quer esta paz, como se diz, qual a razão de sacralizar e canonizar esta paz, a vida eterna, se ninguém quer morrer?

É o paradoxo sem respostas, como todas as interrogações sérias e profundas que nem “sábios” e infantes, coloco-os neste mesmo nível, respondem.

A paz é encontrável, e em varias direções se desenha, mas mora realmente na eternidade, onde não mais existirão surpresas.As surpresas tiram a paz.

Assim creio.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/03/2014
Reeditado em 29/03/2014
Código do texto: T4748784
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