OUTONO...!

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Como as árvores que perdem suas folhas no outono, minha árvore também está morrendo aos poucos, perdendo suas folhas, talvez para voltar mais forte como as árvores que ressurgem depois de quase parecerem mortas, mas continuarem vivas por dentro, com suas folhas verdinhas e com pássaros felizes gorjeando em seus galhos, se alimentando de seus frutos que aparecem quando também rebrotam.

Dias sim, dias não, entre remédios que tomo, dores nas costas que sinto, sonos forçados pela medicação e crônicas que escrevo por puro prazer e as posto como se fosse uma obrigação, tudo que faço agora me diluiu um pouco a cada dia e me torna como se fosse um líquido frágil, mas intragável no paladar de algumas pessoas, e que vai escorrendo aos poucos por entre os dedos de minhas mãos. Amei demais, vivi demais e hoje me recolho ao um mundo que fiz meu: eu e meu computador, tendo ao lado os remédios sempre presentes.

Nada reclamo porque como as árvores que perdem suas folhas, sei que rebrotarei mais forte das cinzas -como a Fênix da mitologia -, porque, enquanto pareço frágil, estou enchendo os pulmões com o ar que Deus, com o qual respiro a vida, mesmo frágil e sempre com mais amor, mesmo sem mudar minhas crenças católicas. Mas sinto que não ando bem, porque dias sim e dias não, sofro com dores nas costas e pressões na cabeça, o que me preocupa. Tomo remédios, descanso e, como árvores de outono, volto sempre mais forte para perfumar de alegria as pessoas que me acompanham pelo blog, pelo facebook e que me presenteiam com belos trabalhos. Acredito que esteja vivendo a idade do CON DOR. Com dor aqui, com dor ali...! Mas ficarei bem porque Deus não abandona seus filhos; e eu, como um deles, embora amando-o de forma meio torta, sei que só serei abandonado na hora certa de acompanhá-lo em definitivo!

Minha sobrevida infectado há tanto tempo é um mistério inexplicável para a ciência, mas não para Deus. Há sete anos Deus me deu onze oportunidades para viver, me tornar mais puro, ser melhor, ouvir mais e falar menos, mas nem sempre isso é possível, nessa ordem. Horas existem que “explodo” do nada! Mas é a vida que tenho, o que fazer para mudar as coisas? – desde 2006, vivo infectado por duas bactérias hospitalares incuráveis, após onze cirurgias bem-sucedidas para tratar de em empiema cerebral. Do empiema que me levou à cirurgia cerebral, estou curado; das infecções, ainda não, mas ficarei! Isso me deixa angustiado, mas caminho feliz porque estou fazendo o que gosto e Deus ainda guia meus dedos para escrever ou quando não, me guia segurando minha mão me transportando nos momentos de dificuldades. Não posso reclamar: Deus sofreu mais do que eu! Sofro pouco!

Entendo e aceito que as folhas velhas de minha árvore caiam ao chão com o sopro leve do vento porque precisarei de adubo para renascer como todas as árvores necessitam que suas folhas se projetem rumo ao chão para se decompor, criar adubos para, mais tarde, com o novo período da chuva, as folhas mortas caídas ao chão e transformadas em adubos, brotarem novinhas e mais verdes. Esse, porém, não será meu caso porque não sendo eu literalmente uma árvore, só as raízes culturais que deixarei servirão para a eternidade e precisarão ser entendidas e interpretadas em meus momentos de solidão, sofrimento, revolta social e de filosofia de vida para que outras pessoas não cometam os erros que cometi, não sofram o que vivo sofrendo, mas amem à vida, como eu amo a minha e a vivam como se sempre fosse o último segundo que todos terão.

De uma árvore quase morta poderá ressurgir uma outra viçosa e verdinha, mas quando a última folha cair de minha árvore não poderei nascer como uma nova árvore, nem que seja plantada pelas mãos de Deus, que cuida de tudo e de todos na terra, na forma que cada um o conceba ou mesmo aos não o concebam por pura ignorância filosófica-intelectual-conceitual, do que por convicção que Deus não exista mesmo!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 25/03/2014
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