Amélia

Teobaldo estava apaixonado. E a galera já não suportava mais o papo do cara. Tudo era Amélia pra cá, Amélia pra lá, Amélia faz isso, Amélia faz aquilo. Ele estava um purgante. Não mudava de assunto mesmo e quando o papo não tinha nada a ver ele ainda conseguia colocar a Amélia no meio.

A turma não suportava mais o nome de Amélia e muito menos suportava a sua presença. Ela reclamava ou se metia em tudo. Chegava sempre grudada ao Teo. Parecia que ia entrar dentro dele querendo ocupar o mesmo espaço.

Zeca ascendeu um cigarro na mesa e Amélia começou a falar:

- Você sabe o quanto isso faz mal? Você tem noção que terá um câncer...

E Teo concordava...

- Isso mesmo Zeca... Meu amorzinho tem razão.

E Zeca jogava o cigarro fora enquanto Wagner abria mais uma lata de cerveja e Amélia já começava a falar.

- Espero que você não vai dirigir porque as mortes no trânsito ...

E Teo concordava. E a galera já não suportando mais as lições de Amélia. Eles até sabiam que ela estava certa mas a repetição e o jeito que ela falava faziam até um monge perder a paciência.

De repente o assunto de drogas chegou na mesa e Amélia parecia uma propaganda de conscientização do governo naquela roda. Falou... Falou... Falou... E Teo concordou... concordou... concordou.

Não aguentando mais a falação da namorada do amigo Luisão se levantou e disse:

- Aí ô mina...Uns fumam, outros bebem, outros se drogam e outros se apaixonam. Cada um se fode à sua maneira né?

Luisão levantou. Zeca e Wagner o acompanharam e o casal ficou lá na mesa sozinho...