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Temperinhos


A vizinha chamou-me pelo muro, e entregou-me uma plantinha verde com uma pequena raiz: "É manjericão. Você pode plantar, e terá sempre um galhinho fresco para colocar em massas e carnes."
 
Plantei-o, e ele cresceu e expandiu-se tanto, que sobra canteiro afora! Juntamente com ele, plantei também hortelã-pimenta (que ainda não vingou muito bem), alecrim e salsinha. Depois, acrescentei pimenta dedo-de-moça, mas ela ainda não deu pimentinhas.
 
Sempre bom plantar alguma coisa naquele espaço vazio nos fundos da casa. De vez em quando, peço licença ao meu manjericão e retiro algumas de suas folhas para temperar a comida. Acho gostoso esse ritual de ir lá fora buscar tempero.
 
Lembro-me de que minha mãe tinha mania de cortar os tomates e espremer as sementes na terra, sem cuidado, sem nada. Dias depois, começavam a aparecer mudas que iam crescendo, crescendo... e logo tínhamos tomates vermelhinhos! Infelizmente, não tenho o dedo verde de minha mãe, e nem tudo o que eu planto, cresce com facilidade. Mas alguma coisa sempre vinga, e por isso, eu vou tentando... aqui em casa eu fiz como ela: espalhei as sementes do tomate, e eles brotaram. Comi alguns na salada, embora não tenham ficado tão bonitos e vermelhos quanto os dela. Acho que é excesso de zelo. 
 
Lá na casa de minha irmã, onde minha mãe morou até morrer depois que me casei, ela um dia plantou - ou melhor, apenas espetou no chão - um galho de roseira vermelha, de uma rosa que tinha ganho e que murchou; até hoje, a gente chega lá e vê a enorme roseira, sempre florida, as rosas cor de sangue aveludadas...


"Temperinhos"- É uma crônica retirada do meu blog
"A Casa & a Alma"



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 25/03/2014
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