Doce

Jardel era apaixonado por Cecília. Foi amor a primeira vista... Bom, apenas da parte dele. Mas foi amor. A partir de então começou o platonismo desse amor. Só que Jardel não se contentava com sonhos apenas ele queria realidade.

Como o Cebolinha, nosso Jardel, começou a bolar planos infalíveis para conquistar o coração da amada. Primeiro tentou se aproximar dela. Decorou todos seus gostos. Sabia tudo... Cor, filme, música, livro... E como se fosse fazer uma tese de doutorado sabia todo de cor. E puxava assunto... Ela começava a dar papo mas o rapaz sempre acabava no vácuo.

Depois ele tentou ficar amigo das amigas. E conseguiu. Ele ficou íntimo das meninas. Paula, Sara, Estela... Todas as amigas de Cecília o achavam um fofo, uma gracinha e até namorariam com ele se não fosse o amor que ele tinha por ela. E elas suspiravam quando ele contava o quanto sofria por amor. As meninas tentaram... Mas Cecília nada. Continuava na mesma, dava atenção... Dava esperanças mas no fim cortava tudo.

E ele não desistiu... Foram flores, poemas, bombons... E ela só no: " Não quero". " Não gosto". " Não posso"... Mas sempre jogando uma indireta pra que o moço não perdesse as esperanças.

Como o Cebolinha os planos infalíveis de Jardel nunca deram certo e ele tentou a última investida. Um pedido de namoro com direito a jantar romântico a luz de velas, violinos, amigas conspirando com ele e um belo anel.

Cecília até gostou mas como sempre vieram os "não quero", "não posso", "não vou"...

Jardel então segurou firme nas mãos dela e olhou fixamente em seus olhos dizendo suavemente:

- Você tem que me contar a receita.

- Que receita Jardel?

- A receita que você usa pra fazer tanto cu doce...