VIOLÊNCIA VIRA TERRORISMO
VIOLÊNCIA VIRA TERRORISMO
“A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos”. (Platão).
A violência exacerbada que atinge todo o mundo tem como viés principal o egoísmo. O egoísmo significa a qualidade de egoísta e o amor exclusivo a si próprio. O homem egoísta é aquele que trata só dos seus interesses e por esse motivo se transforma em verdadeiro comodista. Como leitores e nós temos notado uma determinada ânsia dos veículos de Comunicação de manchetear os jornais com a desgraça alheia. Em determinada dia notamos em uma manchete de primeira página que no final mais violento teriam acontecido 71 (setenta e uma mortes) e agora lendo o mesmo jornal, a mídia escrita afirma que o final mais violento resultou com a morte de 39 pessoas assassinadas na grande Fortaleza.
Recentemente quando participava de um curso sobre segurança pública nós ouvimos a seguinte expressão: “Desigualdade social é a grande causa da violência entre jovens, pesquisa realizada pelo IPEA” (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Se racionarmos bem essa desigualdade social leva os jovens sem condições financeiras e sem empregos ao ócio e ao vício. De um lado, jovens brancos, bem vestidos, com um bom nível de escolaridade e trabalhando com carteira assinada. Convém salientar que existem jovens brancos na mesma situação dos negros, no entanto, referido Instituto diz que do outro lado, jovens negros, maltrapilhos, analfabetos e trabalhando na informalidade para comprar comida.
O quadro de extrema desigualdade citado no exemplo acima, tão comum no Brasil, está entre as principais causas de violência entre jovens. Ela é o grande contexto, o pano de fundo, onde vive a população mais atingida por esse problema: as pessoas entre 15 e 24 anos, afirma Luseni Aquino no artigo “Desigualdade Social, Violência e Jovens no Brasil”, produzido em parceria com a pesquisadora Enid Rocha. Todos nós sabemos que a falta de empregos é um problema crucial que vem sofrendo a sociedade brasileira, entretanto políticos sagazes, já conhecedores do problema, em época de eleições e reeleições prometem resolver o problema e os mais incautos caem na conversa.
Hoje se você cair na lábio de político está ferrado. A informalidade é tão grande no Brasil que os jovens se submetem aos mais diversos crimes, isto é, vendas de produtos piratas, vendas de produtos roubados, vendas de contrabandos, mas a ação contra esses vendedores é falha, nota-se que a uma coadunação com o erro pelas repartições fiscalizadoras. As feirinhas que se instalam nas periferias das grandes cidades estão todas na informalidade e lá se vendem armas, drogas, produtos alucinógenos a céu aberto e não existem fiscalizações. É uma verdadeira preguiça, um descanso das autoridades que deveriam estar combatendo esse comércio ilegal.
Outros fatores que evidenciam a desigualdade social e expõem a população jovem à violência é a condição de extrema pobreza que atinge 12,2% dos 34 milhões de jovens brasileiros, membros de famílias com renda per capita de até ¼ do salário mínimo, afirma a pesquisa. No total, são 4,2 milhões de jovens extremamente pobres. Destes, 67% não concluíram o ensino fundamental e 30,2% não trabalham e não estudam. O estudo também revela que os jovens afrodescendentes são os mais excluídos, já que 73% dos jovens analfabetos são negros e 71% dos extremamente pobres que não trabalham e não estudam são afrodescendentes.
Aqui indagamos: o que fazem senadores, deputados federias, estaduais, governadores, prefeitos e vereadores? Absolutamente nada. A não ser se meterem em corrupção, através de atos ilícitos como: licitações viciadas, lavagem de dinheiro, recebimento de propina, compra de votos, peculato, formação de quadrilha entre outros. Apesar de ser um agravante das situações de violência, os números divulgados pela pesquisa mostram que a pobreza não é preponderante para o comportamento violento, mas sim a desigualdade social.
“Como a violência afeta mais os pobres, é usual fazer um raciocínio simplista de que a pobreza é a principal causadora da violência entre os jovens, mas isso não é verdade”, afirma a pesquisadora Enid Rocha. “O fato de ser pobre não significa que a pessoa será violenta, no entanto, está propensa. Temos inúmeros exemplos de atos violentos praticados por jovens de classe média”. Para as pesquisadoras, uma das formas de superar a desigualdade é a introdução de mecanismos compensatórios para aumentar a renda dos jovens extremamente pobres.
“É preciso promover a inclusão social desses jovens por meio da escola e do emprego, que são os dois mecanismos lícitos de ascensão social”, explica Enid Rocha. Atualmente, a política do governo federal de transferência de renda é o - Bolsa-Família -, benefício em dinheiro destinado a famílias com rendimento de até R$ 100 mensais. Hoje, cerca de 3,9 milhões de famílias são atendidas pelo programa. (Fonte: Agência Brasil). Desculpem-nos, mas somos contra esse tipo de esmola do governo, visto que qualquer tipo de esmola vicia quem recebe e torna o receber em ocioso, pois não quer mais trabalhar.
“Diz o velho jargão popular que não devemos dar peixe ao homem, mas ensiná-la a pescar”. O cidadão não precisa de esmola e sim de emprego, pois o homem que trabalha produz para o desenvolvimento da nação. Tem outro detalhe pernicioso, pois quem ganha menos no Brasil é quem paga mais imposto. Numa entrevista o maior traficante do Brasil diz para O Globo: “O GLOBO: – Mas”… a solução seria… - Solução? Não há mais solução, cara… A própria idéia de “solução” já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como?
Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma “tirania esclarecida”, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear vão roubar até o PCC…) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…).
E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução. O GLOBO: – Vocês não têm medo de morrer?- Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar… mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba… Estamos no centro do Insolúvel, mesmo… Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração… A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala…
Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em “seja marginal, seja herói”? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha… Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio li 3.000 livros e leio Dante… mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois é.
É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo. Na verdade os governos estão tontos sem saber o que fazer e o povo não confia mais em políticos com raríssimas exceções. Cunhamos da “Revista Época” o seguinte e analisem a que ponto chegamos. ”Mais Respeito com a Polícia” – Um vídeo exibido no Jornal Nacional, da TV Globo, revelou a complexidade do trabalho policial numa grande favela do Rio de Janeiro. As cenas mostram dois policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha cercados e intimidados por mais de dez moradores, após a apreensão de uma mochila com drogas no dia de Natal, em 2013.
Os soldados forram empurrados, confrontados e impedidos de fazer detenções. Enquanto a confusão se desenrolava, a viatura da PM foi atacada por vassouras, pá e tijolos. Os dois PMs tiveram uma reação exemplar. Em vez de entrar no jogo dos bandidos, que faziam uma provocação claramente orquestrada pelo tráfico, os policiais acertadamente não sacaram suas armas nem partiram para uma atitude violenta. Poucos trabalhos exigem tanto discernimento e decisão rápida sob pressão quanto o policial, algo raramente reconhecido pela comunidade. Um erro em confronto, e ele morrem ou matam. Como os dois recém-formados policiais tomaram a decisão correta, o episódio não teve consequências mais graves, a não ser a exibição da falta de respeito à autoridade policial. E aqui nós indagamos: isso é certo ou errado?
Há um histórico de ressentimentos entre policiais e moradores de favelas. Isso contribui para que os policiais sejam vistos pelos moradores como inimigos das comunidades que eles devem proteger. As UPPs tentam mudar essa lógica. Combater essa hostilidade é um desafio complexo. Depende da educação das comunidades que aprendam a respeitar a autoridade pública. Exigem também medidas incisivas para proteger os policiais, representantes armados do estado. Nos Estados Unidos, agredir policiais é um agravante ao crime de lesão corporal. Agressores de policiais na Inglaterra ficam sujeitos à condenação sumária e pena de até seis meses de detenção.
Só em 2013, depois que um coronel da PM foi espancado durante uma manifestação o governo de São Paulo sugeriu mudanças no Código Penal com a edição de uma lei mais severa para agressões a policiais. Não foi adiante, infelizmente. Pelo visto policial agora tem que correr para não ser morto por bandidos ou traficantes, pois se reagir pode ser punido, preso e expulso. A política brasileira ao invés de mudar para melhor pior fica. Deus seja louvado e nos proteja dessa violência desenfreada, visto que a imunidade e a impunidade reinam em nossa querida Pátria e a inversão de valores é muito grande. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DAUBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE