CADEIA NÃO É COLONIA DE FÉRIAS.

CADEIA NÃO É COLONIA DE FÉRIAS

...Quando a justiça trancafia um condenado é claro que ele não está propriamente de férias ou recebeu um premio por bons serviços prestados a comunidade. Está ali para pagar a sua dívida com a sociedade; então o cárcere não pode ser é um lugar agradável, tem de ser um lugar de expiação, senão, não cumpre a sua função punitiva e ressocializadora, porem não precisa ser o inferno de Dante, pois então ao invés de levar o homem a refletir e repaginar a existência, até por uma questão de sobrevivência, abandona o seu lado humano, tornando-se semelhante a fera.

Nossos presídios, salvo os de segurança máxima, estão superlotados muito além do limite, uma sela construída para oito pessoas, abriga mais de quarenta, contendo oito camas uma latrina, e o agravante, de serem vigiados por policiais muita vezes corruptos, que por dinheiro permite a entrada de armas, celulares, e drogas, sem contar a violência sexual praticada com os calouros, por facções e grupos. Tudo isso aliando a cem por cento de tempo ocioso, causa todo nível de esquizofrenia, transformando ladrão de galinha ou o criminoso ocasional em lixo humano, sem caráter, sem alto estima, bicho perigoso, impossível de ser recuperado.

Existem alguns caminhos para que o transgressor, pague sua conta com a justiça e não retorne mais a vida velha: A primeira providencia é procurar preservar a centelha de humanidade que cada um traz dentro de si. É através dessa pequenina chama que conseguiremos acessar o animal racional e traze-lo de volta, cura-lo, e devolve-lo ao convívio social, como ser útil e produtivo e coloca-lo no comando da própria vida, transformado em agente gerador de vida e não de morte . O método infalível é o trabalho e para isso é preciso antes desarticular o crime organizado que atua dentro dos presídios e reduzir a população carcerária de celas superlotadas que mais parecem calabouços medievais e deixar que se reconheçam como gente, e sentir que o estado se importa com eles, e que embora estejam recebendo castigo duríssimo, é justo e na proporção do seu crime.

Penso em uma fazenda presidio, não aos moldes de colônia penal agrícola, mas um presidio mesmo, na mais pura acepção da palavra; um lugar onde ele nunca mais deseje voltar, sem redução de pena por bom comportamento, pois esse item é critério e exigência básica, jamais terão visita íntima, nem indulto de natal ou pascoa ou qualquer outro indulto; todo ato de indisciplina será punido com rigor máximo. Nesse lugar preso não tem direito só deveres. Os detentos trabalharia á terra de sol a sol, doze treze horas por dia, lavrando a terra e semeando, e cuidando da semente plantada, cada um teria seu pedaço de lavoura para cuidar como se fosse um filho, e quando não quisesse trabalha, seria recolhidos em solitárias escuras, sem direito a nenhum tipo de alimento ou água; Trabalharia com algemas no pés, monitorado por câmeras e policiais bem pagos. Ao anoitecer voltariam para selas limpas, chuveiro quente e boa comida, acesso a bons livros e a educação, com um corpo tão cansado que não teria disposição para planejar fugas nem rebelião. A dureza do trabalho na terra atua sobre o espírito humano como bálsamo, quebrando arrogâncias e domando espíritos rebeldes.

O segundo caminho é presídios industriais administrado por empresas, para mulheres ou presos de menor periculosidade, onde o prisioneiro trabalha também doze, treze horas por dia, fazendo móveis, confeccionando roupa, boné, bolas, etc.. Aos moldes do presidio de Guarapuava, no Paraná, que possui selas individuais, alimentação balanceada, televisão, ambulatório médico, psicólogo e capela. O preso aprende uma profissão e leva essa profissão pra vida quando deixa o presidio e isso lhe possibilita um salário digno, que possa cuidar de sua família e sobreviver longe das drogas e da violência. Assim como o uso do cachimbo entorta a boca o ócio embrutece o espirito, porem o trabalho contínuo e árduo solidifica na alma os bons hábitos, os bons hábitos modifica nossos atitudes e o resultado delas, então o ser humano descobre uma paz que não tem preço, afastando - se definitivamente da recaída. Ao invés de auxilio reclusão o preso teria direito a salário justo, o qual seria enviado integralmente a sua família para ajudar no sustento e educação do filhos; Também não teriam direito a redução da pena como forma de premio de bom comportamento e nem um tipo de indulto. Todos os ambientes do presidio seria monitorados por câmeras, até mesmo os banheiros; prisioneiro não tem direito a privacidade. Ao contrario do presidio fazenda o preso não teria algema nos pés, mas uma pulseira em aço que além de identifica-lo como presidiário teria as chave guardadas pelo judiciário. Tanto os confinados no sistema presídio fazenda ou industriais, teria que receber assistência espiritual constante, independente de sua religião, pois nosso jeito de se relacionar com Deus certamente muda nosso jeito de se relacionar com as pessoas....

Muitos desesperançado querendo passar a régua nesse assunto, sugerem a redução da maioridade penal, tentando tapar o sol com a peneira, desviando os olhos do verdadeiro problema que é a desagregação familiar, outros mais radicais ainda, pedem a pena de morte, numa tentativa desesperada de acabar com a violência esquecendo que não se apaga fogo com gasolina. Acredito ainda que mesmo cobrindo com sangue o chão desse pais, não iremos resolver o problema da violência, porque como dizia aquela campanha “ A paz e fruto da justiça, e estamos muito longe disso. O homem não pode tirar aquilo que não pode dar, como sabemos o único que pode dar a vida é Deus, então somente Ele pode tirar. A Lei pra matar tem que descer ao nível do marginal, tornando-se marginal também, portanto sem direito de matar, porque se o fizer mesmo que em nome da lei estará fazendo vingança e não justiça. O bem ao utilizar as armas do mal para vence-lo acaba derrotado mesmo que vencendo, porque também tornou-se mal.

Gilberto F. lima.

Gilberto F Lima
Enviado por Gilberto F Lima em 23/03/2014
Código do texto: T4741252
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