E AGORA, PROFESSOR?

Grande de nome e pequeno de corpo, magricela, esperto, inteligente, José Antônio Wagner Castro Alves Araújo de Abreu, sobrinho-neto de Castro Alves, herdou o DNA, o talento e a vadiagem existencial do grande poeta, o último grande poeta da terceira geração romântica no Brasil.

José Antonio não gostava de estudar. No esporte, era bom em tudo. Colega do grande jornalista Sebastião Nery, no primeiro ano do seminário menor, na Bahia, em 1942, na aula de português, o padre Correia lhe perguntou o que era "mas".

- É uma conjunção, professor – respondeu vacilante.

- Certo, José Antonio; mas que conjunção?

José Antônio olhou para um lado, para o outro e respondeu:

- Conjunção rachativa, professor.

- O que? Não existe isso, José Antônio.

- Existe sim, professor. Quando a gente quer falar mal de alguém, sempre dizemos assim - Fulano até que é um bom sujeito, mas... E aí a gente racha com ele.

A classe explodiu em uma sonora gargalhada para irritação do professor.

Nada mais foi dito e nem perguntado.

Fonte:Migalhas