PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E RACISMO CAMUFLADOS.
Será mesmo que não há preconceito e racismo nas cotas para negros e carentes obrigatórias em faculdades, instituições de ensino e empresas?
Porque então existe a tal taxa, se não há preconceito ou quaisquer outros tipos de descriminação?
Ou seria apenas mais uma tática de marketing político?
Cá estou a falar sobre mais um tema polêmico, e deixo para você, leitor o espaço livre para deixar sua opinião. Afinal, aqui segue a apenas o meu lado de ver as coisas, e é claro que pretendo com este simples texto causar algumas discórdias, senão não escreveria. E abro aspas para ressaltar que sou negra!
De volta ao assunto. Digo abertamente que sou contra. O que você sente quando lê em uma faixa “VESTIBULAR PARA NEGROS E CARENTES”. Sinceramente, não vejo lado positivo nestas taxas. Vejo claramente que se não houvesse tais taxas, o negro não conseguiria cursar o ensino superior. Gente o Enem está aí. E qualquer pessoa negra está apta a fazer e tirar uma boa média, assim como o restante da população! Desde que estude é claro! Mas e quanto ao carente? Aquele cidadão que não tem uma refeição decente, que precisa dar duro no dia a dia e que mal tem tempo para pegar em cadernos para repassar a lição. Uma pessoa com fome não consegue ter atenção, tampouco memorizar algo. Também vejo que isto não seja caso para criar a tal da taxa. O problema é outro...
O problema está na saúde pública, na falta de merenda escolar, na falta do transporte escolar, na falta de material didático e na falta de capacitação profissional. Veja bem, pelo lado correto das coisas. Do que adianta ter a taxa, se o aluno não tem como chegar a escola, se não possui material escolar, se tem que acordar de madrugada para trabalhar para ajudar nas despesas de casa. Basta analisar de perto! Aí lá vou eu como negra correr atrás dos “meus direitos”e recorrer a taxa... Obaaaa! Oba nada!
E dizem que somos todos iguais! Por isso precisamos da tal taxa? É isso?
Quando todos são capazes, sim!
E quanto as outras pessoas que também lutam no dia a dia? Elas não tem direitos?
Se você estiver na fila aguardando para ser chamado para um concurso, convenhamos que você seja o décimo da lista aguardando a vez, você como os outros estudou pacas, pagou a taxa para ter direito de fazer a prova, mas a prioridade é chamar os que possuem direito às cotas primeiro... Isso é muito justo, não acha? E você que aguarde!
Partindo para as escolas de ensino público... A qualidade de ensino é péssima. Quando paro para analisar o conteúdo da matéria escolar do meu filho que cursa o ensino médio com a que estudei em 1993, deixa muitíssimo a desejar. E olha que muitas mudanças ocorreram ao longo dos anos. As escolas públicas de antigamente, pelo menos na que eu estudei, tinham aulas de reforço todos os sábados. Gabaritavam provas de concursos para preparar os alunos que desejassem prestar um vestibular.
Acredito que estas taxas não colocam negros e carentes em situação de igualdade. A meu ver dificultam as coisas.
O conflito se inicia quando a "desigualdade" é claramente destacada! Quando o outro não possui os mesmos direitos.
Se somos todos iguais perante as leis e diante da justiça porque existem cotas para uns e para outros não?
Seria o negro incapaz de concluir o ensino médio ou de concluir um ensino superior, simplesmente por questões de racismo? Creio que não!
Se criassem tais “direitos” na época da escravidão, onde o negro era proibido de estudar ou trabalhar por conta própria, nem assim houve tal “separação”.
E para que servem essas coisas a não ser para camuflar a raiz do racismo?
Racismo, preconceito e descriminação serão coisas que jamais deixarão de existir, pois está no intelecto de cada um... Em muitos casos é hereditário.
Mas cabe ao governo, Ong’s e instituições não fazer com que este mal espalhe-se como uma peste com separações tão absurdas, onde a cor da pele ou condição financeira são suficientes para tirar o direito de outros que percorrem o mesmo caminho, dessa luta desigual.
Cabe-nos agora analisar qual seria mesmo a “raça” que está abertamente sofrendo preconceito, racismo ou descriminação.