O ORGULHO DE DEUS (Cá na academia, entre os estudados, quem é digno do orgulho de Deus? )
Numa tarde qualquer, enquanto observava uma aluna bem vestida, senti uma estranha sensação. Parecia que ela estava envolta numa aura especial. Por um instante, permiti que minhas emoções me desequilibrassem e tomassem conta de minha lucidez. Queria mais do que apenas elogiá-la pela sua elegância; queria também um debate, uma chance de verificar o seu intelecto. Então, fiz-lhe uma pergunta simples: "Você é crente?" Sua resposta me surpreendeu: "Até o diabo é crente."
Aquilo me fez refletir. Lembrei-me dos tempos em que, para os cristãos, o diabo era apenas um inimigo. Mas agora, com a invenção dos evangélicos, o diabo se tornou um crente! Ele é um grande leitor da Bíblia, segue o Cristo para descobrir falhas e é mais cristão do que muitos que conheço, inclusive eu. E, sendo músico, deve se encaixar na categoria Gospel. Com esses pensamentos, retirei-me em silêncio.
A reflexão continuou. Por que a religião sempre se aproveita dos ingênuos? Nossa Senhora de Fátima apareceu às crianças; os anjos apareceram aos pastores. As igrejas de garagem estão cheias de semianalfabetos explorados nos dízimos e ofertas. Aprendi que um golpista sempre tem por alvo o ignorante! Na academia, entre os estudados, quem é digno do orgulho de Deus?
No meio dos alunos, supostos formandos, existem os espertalhões! Aqueles que pensam que estão enganando o professor quando colam com técnicas avançadas, mas na verdade enganam a si mesmos. Aqueles que, por orgulho, de forma alguma admitem que lhes ensine, por isso têm a tolice como lição. Aqueles que retêm o lanche, muitas vezes furando a fila da cozinha. Aqueles que boicotam as provas diagnósticas do governo, vingando-se pela má qualidade do que lhes é fornecido gratuitamente. Aqueles que vão à escola fugindo dos afazeres de casa e para desestimular o professor, perguntando por que ele veio. Aqueles que trazem seus pais à escola para perguntar ao professor por que o filho deles tirou aquela nota. Aqueles que tomam emprestado o telefone "top de linha" da amiga, mostrando-se e passam a aula toda com o fone auricular, entulhando os ouvidos de porcaria. Estes, por último, são os alunos destaques, considerados assim pelo conselho de classe sedento de números altos, que no intervalo põem a célula evangélica para funcionar.
Nunca vou permitir que eles me reduzam a um mero separador de brigas. É perigoso! A culpa é do Governo quando analisamos o que disse Abraham Lincoln: "Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios". E assim, com essa reflexão, encerro minha crônica, esperando ter transmitido uma mensagem impactante aos leitores.
ALINHAMENTO CONSTRUTIVO
1. Fé e Manipulação Religiosa:
O autor inicia a crônica com um questionamento sobre a fé da aluna e a resposta intrigante "Até o diabo é crente". O que essa frase provoca no autor e como ela se relaciona à crítica à manipulação religiosa presente no texto?
De que forma a religião pode ser utilizada para explorar pessoas ingênuas, como mencionado pelo autor? Quais exemplos históricos ou contemporâneos você identifica que ilustram essa exploração?
Como podemos desenvolver o senso crítico e a autonomia individual para evitar sermos vítimas de manipulação religiosa ou de qualquer outro tipo de manipulação?
2. Desigualdade Social e Educação:
O autor critica a presença de igrejas de garagem frequentadas por "semianalfabetos explorados nos dízimos e ofertas". Como a desigualdade social pode influenciar a relação entre fé e manipulação?
Qual o papel da educação na promoção da cidadania crítica e na prevenção da exploração religiosa?
Como podemos garantir que todos tenham acesso à educação de qualidade, independentemente de sua classe social ou origem?
3. Comportamento dos Alunos e o Papel do Professor:
O texto apresenta diversas críticas ao comportamento dos alunos, desde colar em provas até boicotar avaliações e desvalorizar o trabalho do professor. Como você analisa essas críticas?
Quais os desafios enfrentados pelos professores no contexto educacional atual?
Como os professores podem lidar com situações de indisciplina e desmotivação dos alunos de forma construtiva e eficaz?
4. Expectativas e Responsabilidades na Educação:
O autor cita a frase de Abraham Lincoln sobre a importância do indivíduo assumir suas responsabilidades. Como essa ideia se relaciona com a relação entre professor e aluno?
Quais as expectativas que recaem sobre o professor e o aluno no processo de ensino-aprendizagem?
Como podemos construir uma relação mais equilibrada e colaborativa entre professores, alunos e responsáveis, baseada no respeito mútuo e na responsabilidade individual?
5. Qualidade da Educação e Papel do Governo:
O autor critica a má qualidade da educação pública e o papel do governo nesse contexto. Você concorda com essa crítica? Quais os principais desafios enfrentados pela educação brasileira?
Quais medidas podem ser tomadas pelo governo para melhorar a qualidade da educação pública?
Como a sociedade civil pode contribuir para a construção de uma educação pública de qualidade para todos?
Reflexão Adicional:
A crônica apresenta uma visão crítica da realidade educacional, abordando temas como fé, manipulação, desigualdade social, comportamento dos alunos e qualidade da educação. Quais são seus principais pontos de reflexão após a leitura?
Que tipo de educação queremos para o futuro? Quais valores e princípios devem nortear o processo educacional?
Como podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde a educação seja um instrumento de transformação individual e social?