As nossas referências

Chamaram-me bastante a atenção as atitudes assumidas por pessoas do meu círculo de amizade. Fiquei analisando o que elas fizeram e tirando as minhas conclusões.

Uma delas trabalhava no banco e foi promovida à gerente. Porém permaneceu nesse posto por pouco tempo, pedindo para retornar à sua cidade, ao antigo cargo e, consequentemente, ao salário inferior. Ninguém conseguia entender o seu modo de agir, mas ela explicou para alguns amigos o motivo da sua decisão. Ter que convencer o cliente a fazer o negócio, mesmo sabendo se tratar de algo pouco vantajoso para ele não a deixava em paz. Ela preferiu ficar com consciência tranquila de que não estava enganando ninguém. Segundo me disse, sentia pena quando pessoas simples, muitas vezes do campo, a procuravam, demonstrando total confiança em suas palavras.

A outra pessoa estudava designer e desistiu do curso quando soube que teria que motivar necessidades aos seus clientes, sendo norteada pela ética imoral do mercado. Essa pessoa se transferiu para o curso de artes plásticas para se sentir livre, sem ter que induzir ninguém.

Essas duas pessoas são de lares de formação ética e cristã e, pelo que se percebe, as sementes plantadas pelos pais caírem em terreno fértil.

Poderia citar também outro exemplo. Esse, sem dúvida, não houve quem não se sentisse tocado. Foi a história de um casal de moradores de rua, que procurou a polícia para entregar o pacote com uma grande soma de dinheiro que haviam encontrado em um saco de lixo. Entrevistado a respeito do seu gesto de honestidade, o homem disse: “A minha mãe ensinou que não devemos ficar com aquilo que não pertence a gente..”

Descobriu-se que o dinheiro era do dono de um restaurante que havia sido assaltado. Assim que recebeu o dinheiro, esse homem ficou muito reconhecido com a atitude do casal e resolveu ajudá-lo de uma maneira real. Ofereceu trabalho aos dois no restaurante, mas antes disso, eles passaram por um verdadeiro aprendizado para se tornarem aptos. Nesse aprendizado, tiveram orientação de psicólogos e de toda uma equipe. Além dessa ajuda, eles ainda receberam dos donos do restaurante uma casa toda mobiliada. Os funcionários também quiseram fazer alguma coisa por eles e organizaram uma espécie de “chá de panela” para que eles tivessem todos os utensílios necessários. No dia que eles receberam a casa, todos os funcionários e donos do restaurante se reuniram na nova casa para surpreendê-los com uma festinha. Foi muito emocionante!

Vendo esses exemplos, percebemos que precisamos de lares assim, pois tudo que aprendemos com os nossos pais marca toda a nossa vida. Esses ensinamentos sinalizam a nossa conduta como uma bússola que indica a direção a seguir. E, quem tem uma referência assim, dificilmente se desvia do caminho certo.

Déa Miranda
Enviado por Déa Miranda em 16/03/2014
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