O HOMEM MANICURE

Precisava fazer as unhas. Minha manicure de confiança não tinha horário. As minhas unhas não podiam ficar como estavam. O que fazer em uma hora dessas? O que uma pesquisa rápida no google não resolve!

Digitei a seguinte frase ''Manicure domiciliar em BH''. Apareceram vários anúncios. Na dúvida entre qual escolher e não me arrepender, deixei recado para todas. A que entrasse em contato primeiro seria escolhida, pois eu tinha muita necessidade e pouco tempo.

À noite o contato entrou em ação. Por e-mail, mas já era um sinal. Resolvi contratar o serviço que a tal manicure me ofereceu. Minhas unhas estavam a salvo. ''Então, nos vemos amanhã à tarde''. - Digitei na mensagem de e-mail.

Alguns minutos depois recebo mais um e-mail. Da suposta manicure. Dizendo o seguinte: ''Sarah, você marcou horário comigo, mas esqueci de dizer, sou homem. Algum problema eu fazer suas unhas?'' Não sei se foi por eu ser livre de preconceitos ou pela necessidade de fazer as unhas, aceitei sem problemas.

O problema maior veio na tarde do dia seguinte. Meu pai estava em casa e não havia contato a ele. Apenas minha mãe sabia. Faltando uns dez minutos para o ''homem manicure'' chegar, minha mãe diz ao meu pai: ''Almoce rapidinho, pois temos visita hoje''. E meu pai ainda saboreando a comida pergunta quem é. Minha mãe diz: ''Um rapaz que contratamos para fazer as unhas da Sarah''. Meu pai muda a expressão e diz: ''Com tanta manicure pelo bairro vocês tinham que contratar um homem?!''

Tentamos explicar ao meu pai que não existe profissão destinada somente ao homem ou somente à mulher. Ele não quis entender. Apenas disse que perdeu a fome e se trancou no quarto por indignação. Enquanto isso, o ''homem manicure'' chegou e, mãos a obra.

Ele lixou, tirou as cutículas, passou o esmalte. Confesso que, escolhi um tom claro por medo dele não ter habilidade para passar. Pelo contrário, ele faz unhas melhor do que muita mulher! E como diz o ditado: ''Fazendo bem que mal tem?''