O Melhor Amigo
Antônio Calmíssimo conduzia tranquilo trocando amenidades com o carona das manhãs. E dando voltas e mais voltas nem veriam a rotatória, não fosse o carro da frente ter parado e, de bandinha atravessado, dar sinal mais do que claro que perdera a direção.
Então Antônio Calmo, do fundo do seu carácter, em punho esbravejou:
- Fi de puta, tu não sabe para onde tu vai não, caralho?!
E o carona, cabisbaixo, caladinho só pensou:
- Em verdade, em verdade vos digo, o trânsito vos revelará.
E porque revela a alma, o melhor amigo do homem não é o cão, é o stress.