Estelionatário!

Crônica de: Robson Raycar

Ela já está revoltada com a sua agencia do banco referencia da cidade. Depois de algumas horas esperando fazer a transação bancaria o sistema caiu e a solução que o banco achou foi disponibilizar vários funcionários para ajudar as pessoas no caixa eletrônico. Depois de mais alguns minutos, mais uma tentativa sem sucesso, foi impossibilitada... Dessa vez a culpa foi do limite diário!

Ela sai do banco, enlouquecida. Ao caminhar pela calçada é abordada por um homem de boa aparência, esguio.

- É um assalto! Exclama o homem.

- (Olhando para céu.) Ai meu Deus, que homem cansativo! É o que moço?

- É um assalto! Insiste o homem. – Anda logo que hoje estou chateado.

- Chateado é o caralho... Tenho mais de duas horas e meia nessa porcaria de banco e não conseguir resolver metade dos meus problemas e você ainda vem me dizer (enfatiza) que você esta chateado?

- Fala baixo que se não meto bala...

Ela mexe na bolsa e de dentro tira um spray e atira no olho dele.

- O que é isso?

- Spray de pimenta.

Ele cai no chão gritando e ela se diverte por alguns minutos.

- Deixa de frescura homem. Esse spray é de própoles, seu fingido! Agora deixe-me ir.

Ela continua a caminhar. Ele levanta rapidamente e à interrompe.

- Espera ai, espertinha! Segura as pontas ai que não terminei o assalto não.

Ela o olha com um olha fulminante.

- Jesus como ele é cansativo. Sai da minha frente paspalho!

- Não saiu não.

Ela mete uma tapa na face dele, que o deixa estatelado. Depois de alguns minutos acariciando o local da tapa.

- Não precisava disso... É um assalto sem violência.

Ela esboça um sorriso irônico e sem paciência.

- Eu mereço. Rapa da minha frente neguinho... Que tu não é ladrão de lugar nenhum.

Ele se afasta.

- Mas você é estressada hein.?

Afasta-se dela, indo embora, resmungando.

- Esta de TPM é? Ou é falta de homem, tribufu? Vai embora cansativa.

Ela fica P da vida e dessa vez ela que interrompe a saída dele.

- (Irritada/falando entre os dentes) Pare aí mesmo projeto de satanás! (Aproxima-se dele) Não estou de TPM e muito menos falta de homem. Estou irritada é com...

Ele a interrompe.

- Tu é casada?

- Não.

- Tu é bonita?

Quando ela vai responder que não, percebe e mete mais uma tapa na cara dele. Ele fica irritado!

- Que merda. Sua horrorosa!

Mais uma vez ele vai indo embora acariciando, resmungando.

- (Chorosa) Sabe o que seu ladrão. Assim que esse banco abriu eu estava nele. Havia poucas pessoas na minha frente. Começaram o atendimento com duas pessoas apenas no caixa atendendo... Caixa esse que deveria ser rápido!

- Pois é isso também me deixa indignado. (Pausa, percebe que já estava ficando amiguinho e explode.) Mas não é motivo para você tacar um tapa na minha cara com essa sua mão gorda...

Recebe outra tapaça pela cara. Ele faz cara ameaçadora!

- Desculpe.

Ela continua.

- (Desconcertada) Hum... Como estava dizendo. A mizinga desse banco, além de colocar apenas dois caixas atendendo, um dos caixas ainda era preferencial.

- É irritante isso.

- A desgrasença vem agora... Depois de horas esperando. Quando chegou a minha vez o sistema caiu.

E todos que ali estavam na fila foi deslocado para os caixas eletrônicos.

- Acredito que resolveu depois disso? (Interroga.)

- Lógico que não. Depois disso quando fui para a porcaria do caixa só pude pagar metade das minhas contas.

- Não entendi. Por que?

- Limites diários.

- Como assim?

- Limite de saque e pagamento diário.

- Continuo sem entender...

Ela faz menção de meter outra tapa na face dele, que é interrompida pelo olhar ameaçador do ladrão.

- (Olha para o céu) Daí-me paciência esse povo cansativo! Ôh burro. Você só pode sacar do banco uma quantia por dia. Exemplo: Vim aqui pagar água, luz, telefone, gás, TV acabo, internet e a fatura do cartão de crédito. Totalizando um valor mais ou menos de dois mil reais. Antes disso passei no posto e coloquei gasolina no carro. Eu só posso gastar no meu debito até mil e quinhentos reais! Até o limite de saque eu já havia excedido.

- Impossível e incompreensível... Vamos falar com o gerente.

Eles voltam para o banco. E após alguns segundos ela volta e a única coisa que vemos, ou melhor, ouvimos era a voz dele discutindo lá dentro do banco! Quando ele estava quase saindo no tapa, ela entra e consegui fazê-lo sair. Mas ela fica e começa a discute no lugar dele. Xingamento, gritaria e até um barulho semelhante aquele que fez quando ela meteu um tapa na cara dele. É o que faz ele entrar correndo. Após mais alguns segundos os dois saem.

- Há... Vai tomar no...

Os dois se olham e riem.

- Eles acreditaram que eu fosse o seu marido... Veja se pode? Nada a ver.

- (Rir) Olha muito obrigado pela força. Mais agora é sério tenho que ir.

- Não, espera aí... Isso é um assalto e não a construção de uma nova amizade! (Grita) Nem corra isso é um assalto.

- Continua cansativo seu boboquinha. Você precisa de uma arma para deixar mais tenso o assalto.

Ele saca da cintura um trinta e oito e aponta para, que entra em desespero quando percebe o trabuco na mão dele, e o pior apontando para ela.

- Não me mate seu ladrão, por favor, sou pobre, não tenho um centavo furado vivo de bolsa família e de caridade...

- Cala a boca mentirosa, cansativa... Acabamos de aumentar quinhentos reais o seu limite diário e vi que você sacou dim dim. Além do tablet que você tem na bolsa e o Iphone.

Ela com medo entrega a bolsa. Ele sai correndo e joga a arma de brinquedo que estava na mão dele para ela.

- Segura ai que agora vou comprar uma arma de verdade.

Após a saída dele ela tira da meia um maço de dinheiro e dos peitos uma carteira... A carteira dele que ela havia pego na hora da confusão.

- Mas que boboquinha. Quem em pleno século vinte e um deixa na carteira, cartão de credito e senha! Vamos ver qual o nome desse pato. Guilherme Antunes. Não tem o nome do pai! Tem cenzinho na carteira. Bom acho que com esses dados dá para fazer um cartão de crédito com o nome desse Mané. Vou chamá-lo Guilherme Mané!

Ela vai indo embora e o verdadeiro celular dela toca.

- Fica frio amor já conseguir outro CPF aqui... Foi mole... Ainda bati nele. – ela rir e vai embora!

ROBSON RAYCAR
Enviado por ROBSON RAYCAR em 11/03/2014
Reeditado em 18/04/2016
Código do texto: T4724407
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