NÚMEROS...

Quando era jovem, as coisas eram assim:
   Todo mundo se conhecia pelo nome... seu José, do açougue,comadre Helenice,do armarinho, seu Ademar,da mercearia, a Lurdinha do mercadinho de verduras, o Leonardo da sapataria, seu Nascib da loja de tecidos, o Bené motorista de onibus....
Parecia que todos se amavam, e quando um adoecia corriamos todos para ajudar.

   Ao entardecer as cadeiras já estavam na calçada para um "bate-papo" , uma conversa boa, informal, com os vizinhos da frente, do lado de cá, e do lado de lá. Hoje, é muito diferente.No supermercado número na fila do pão, e da carne... Dinheiro? Cartão de credito!

   As cadeiras  que estavam la de fora se foram com a entrada da televisão, que anunciava a todo instante quantas pessoas morreram nos acidentes,quantas baixas houve nas guerras , quantos aviões cairam, quantos assaltos, quantos assassinatos, quantos isso quanto aquilo.

 Que pena! Só fico pensando, que número  serei eu, quando morrer.



 
Jeane Diogo
Enviado por Jeane Diogo em 10/03/2014
Reeditado em 10/03/2014
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