O ENVELOPE PREMIADO
Ontem, fuçando em minhas gavetas encontrei seu número. Você tinha anotado e colocado dentro de um envelope. Só percebi quando estava em casa. Confesso que, em seguida quis te ligar. Dizer que tinha gostado muito de ter te conhecido. Mas estava cedo. Mal nos conhecíamos. Também te achei um pouco abusado. Poderia ter pedido o meu número, mas não, preferiu deixar a batata quente em minhas mãos.
O seu número ficou meses dentro daquele envelope. Só ontem senti vontade de tirá-lo do papel e passar para minha agenda. Dentro da agenda não corro o risco de perder seu contato. E a agenda fica bem próxima do telefone. Por que não te ligar?
Resolvi então, primeiro mandar uma mensagem. Pois se não respondesse era sinal que não se lembrava. Mas minutos depois você respondeu. E para minha surpresa: ainda se lembra! Conversamos um pouco. Senti que estava nervoso. Inseguro, talvez. Pensou que aquele envelope nunca seria aberto. Mais manteve a esperança e, apostou tudo naqueles números. Aquele envelope devia estar premiado mesmo: você acertou os números, recebeu minha ligação, agora é só pegar o seu prêmio!