O QUE EU FAÇO AMANHÃ...???

Na frente do portão a mãe abraça o filho, o beija e o abençoa uma vez mais.

Lindo!Moreno, alto, no frescor de seus 18 anos João é apenas mais um menino mimado pelos pais por ser filho único.

A mãe fica no portão até ver o filho sumir ao longe. (Ele estava indo para o colégio). A mãe volta para dentro de casa tranqüila. Faz plano e sonha comum futuro promissor para o filho. E como toda mãe ela tem um “radar” que diz que algo anda errado com o filho, pois ele ultimamente tem se comportado de maneira diferente, está arredio e solitário, não fala mais com ela como fazia antes.. A convivência com ele está difícil, porém ela imagina que sejam “coisas da idade”. Mas ele não conseguia falar com sua mãe olhando-a nos olhos, sentia-se falso, desmerecedor de seu amor.

Quando João olha para trás e não avista mais a mãe, ele muda de direção, não vai para a escola. Sua mãe não desconfia, mas João experimentou usar droga na escola. Um dia, na hora do intervalo, um “amigo” lhe ofereceu algo para inalar. Foi no banheiro da escola, onde não havia câmera filmando. A droga foi usada em um cachimbo feito pelos outros colegas do grupo, (havia um grupo que consumia). Era um cachimbo feito de latinha de alumínio. Agora João se tornara um dependente químico e seu cérebro estava totalmente voltado para o consumo dessas drogas, sendo este o centro dos seus desejos e vontades, João necessitava cada vez de uma quantidade maior em busca de emoções novas,ou quem sabe até mesmo em busca da mesma emoção que o havia conquistado.

João nunca havia tido a necessidade de trabalhar, era um aluno exemplar, mas estava perdendo a vontade de estudar, a droga estava causando uma grande queda no seu desempenho escolar. A mesada que seus pais lhe davam não estava sendo suficiente, precisava de mais para comprar o crack!Sua mãe não sabia, ela o abençoara no portão, lhe dera um beijo e ele havia sido um Judas com sua mãe, enquanto ela o olhava com adoração, ele o filho único e querido, levava dentro da mochila o dinheiro que ela havia destinado para as contas do mês.

Agora. Depois de não ter mais sequer um centavo com ele. Sentado em um banco de praça ele se desespera, aperta cabeça entre as mãos e se pergunta mesmo sabendo que não terá resposta:

-O que eu faço amanhã?Quando ela procurar o dinheiro e não encontrar...???Mãe...eu fui fraco...

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 07/03/2014
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