A MULHER NA EMPRESA BORBOREMA...
Ysolda Cabral
Ysolda Cabral
Quinta-feira, 14h15m. Sol a pino. Lá vem o PE-15!
É nesse que eu vou! Resolvi fazendo o sinal para o ônibus que parou bem próximo à calçada. Entrei! Ao dar boa tarde ao motorista notei, agradavelmente surpresa, tratar-se de uma mulher. Já tinha viajado de metrô operado por uma maquinista, e achei o máximo! Agora, ônibus guiado por uma mulher, aqui no Recife, nunquinha!
Morena clara, boa aparência, de cabelos pretos encaracolados e muito atenciosa; a motorista fechou a porta e seguimos viagem. Na cara de pau me sentei no primeiro assento, bem atrás dela. Eu queria ver, de perto, se ela, de fato, sabia guiar um monobloco daqueles. O coletivo estava cheio, mas não lotado. Estava do jeitinho que os motoristas incompetentes e de mau caráter gostam para derrubar, com seus freios, quem viaja em pé. São uns animais!
[Acho interessante que, se a gente andar em nosso carro, com todo mundo sentado, porém sem cinto de segurança, somos multados; mas nos coletivos tudo pode! (?) Outro dia vi uma cadeirante perguntar ao motorista do ônibus pelo cinto de segurança. Ele nem respondeu! Entretanto, essa é outra história,,.]
Logo à frente, na parada, duas senhoras deram com a mão. Fiquei atenta e ao mesmo tempo aflita. Eu iria ter que sair do lugar de uma delas! Felizmente, somente uma entrou e, sentando junto de mim com a mesma expressão de surpresa que eu havia tido antes, observou: “Que bom saber que nós mulheres não estamos assim tão em baixa, não é mesmo?” Caímos na risada e começamos a conversar amenidades, seguras de que estávamos sendo conduzidas por uma profissional competente, habilidosa, humana e muitíssimo bem educada. Inclusive, notamos que os demais passageiros estavam atentos, surpresos e agradecidos. Não vimos ninguém descer do ônibus sem agradecer e elogiar a referida profissional que, infelizmente, esqueci de perguntar-lhe o nome.
Parabéns à Empresa Borborema pela iniciativa. Que mais profissionais mulheres sejam contratadas para esta finalidade. - Registre-se!
Só com uma coisa fiquei cismada: ninguém questionou o meu direito de sentar em um lugar destinado aos idosos...
Epa, epa, epa, epa!... Saí pra lá pensamento esquisito! Eu, hein!