A MINHA, A SUA, AS NOSSAS BATALHAS

Estranho é o ser humano. Vive de aparências. Julga o outro apenas pelo que vê. Se a pessoa está sorrindo, está feliz. Se está chorando está triste. Se veio de família com bens materiais, tem tudo para ser feliz. Se passou dificuldade é um coitado. Só que não. Quem dera as coisas fossem simples assim. Quem dera tudo fosse tão óbvio. Acho que isso acontece por que ouvimos e vemos só o queremos. E nos comparamos. Mas só aquela pessoa sabe a batalha árdua que teve para realizar seu sonho. Ou ainda está tendo. O que um sorriso esconde é algo que só a própria pessoa sabe. Não é porque sofremos que vamos viver com cara de coitados. Ou ficar reclamando da vida. Cada um tem uma reação. Todos nós temos nossas batalhas que não são menores ou maiores do que a do outro, somente diferente. Tem gente que se entrega, tem gente que não. Tem gente que desconta na comida, tem gente que não consegue se relacionar, tem gente que sorrir para disfarçar a dor. Tem gente que adoece. Cruel é aquele que acha que sofre mais ou menos do que o seu semelhante, achando que se estivesse no lugar dele se sairia melhor. Mas não é bem assim. Somos seres complexos, somos emocionais. Tudo o que sentimos e que passamos nos faz ser o que somos. Sofrimento tem em classes sociais altas e baixas. Somos iguais portanto, sentimos as mesmas coisas, só que reagimos de maneira diferente. Mediano é aquele que se compara a você sem saber o que está passando. Aquele que te julga sem saber as suas batalhas. Pequeno é quem acha que se estivesse no seu lugar faria melhor, sem pensar que ele também tem chance de fazer melhor. Todos temos. Mas nossas dores são nossas, nossas experiências são nossas. E nossas batalhas vencidas e vincendas não são fácies. Nem para mim nem para o milionário. Ledo engano achar que quem boas condições financeiras e sociais não sofre. Se fosse assim nossos heróis não teriam morrido de overdose. O importante disso tudo é respeitar o outro e parar com essa mania de achar que sofrimento se mede.