O RELATO DO MEDO PASSEANDO PELA TERRA DOS HOMENS

Eu sempre pensei que era forte, até o dia que saí do meu quarto e fui conhecer o mundo. O medo que muitas pessoas sentem não as torna diferente das outras, mas as torna seres humanos. E foi lá fora que encontrei os seres humanos, espécie ainda em evolução, mas que já sabe para que serve as mãos.

Notei que eles cantavam e sorriam, mesmo tendo motivos para ficarem triste. Afinal, eles são seres humanos. Eles tem coração.

Conheci sua força quando ouvi seus lamentos. Fiquei admirado com que eu ouvia. Meus problemas se escondiam nos meus bolsos, com vergonha até de serem chamados de problemas. Bravos e valentes, eles buscam forças de onde buscamos respostas: lá de cima. E por que eles conseguem e nós não?

Ouvia risos e choros saindo da mesma boca. Olhares compenetrados em olhar para o céu e pedir ajuda divina. Os seres humanos cada dia se parecem mais com os homens. Eu sempre reclamava que matava um leão por dia, e eles não tem sequer essa oportunidade. Eles convivem com o leão, o convidam para o jantar.

Eles são incríveis. Relatam seus desamores em enredos de carnaval, enquanto alimentam felicidades que só os tolos sentem. Não digo nem que eles são tolos. Eles ainda não tem pleno dominio de suas faculdades emocionais.

Quando voltei para casa me senti herói. Me senti que ganhei o jogo e não sabia. Eu sou forte e não sabia. Eu sou feliz e não aproveitava. Enquanto eu desenho meus sonhos em rascunhos de papel, me vejo traçando meu caminho rumo ao desconhecido e emblemático futuro, agora entendendo que há pessoas lá fora que buscam o melhor jeito de conseguir um papel e um lápis. Parei de reclamar. Agradeci a Deus e deixei a minha janela aberta, com meu lápis e alguns papéis em cima da mesa.

Geovani Nogueira
Enviado por Geovani Nogueira em 04/03/2014
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