SÓ DANÇAREI ATÉ TERÇA FEIRA.

Nasci em uma pequena cidade do interior de São Paulo. E, ainda trago na memória a voz de minha mãezinha me dizendo:

-Não pode dançar na quarta feira de cinzas, senão nasce rabo!

Eu e meus irmãos fazíamos o sinal da cruz e jamais, de forma alguma a gente mexia o corpo ao som de uma música qualquer. Se,inconscientemente isso acontecesse, sentíamos o corpo arrepiar e passávamos o resto do dia rezando baixinho e olhando para os lados com receio de ver o “coisa ruim”. Tínhamos medo até de falar o nome “demônio”, pois acreditávamos que ao fazer isso estávamos chamando ele e que “ele” viria dormir conosco...

Hoje, ninguém teme mais nada, nem respeita, nem teme.

Antes bastava a mãe falar. Respeitávamos, acreditávamos!

Quanto receio... Quanta crença!

Hoje nesse mundo sem regras, onde sequer as leis são respeitadas, até mesmo a voz de minha mãe, me faz falta.... Não apenas no momento de dançar na quarta feira, mas em todos os momentos da vida.

Está faltando um “freio inibidor” para o ser humano em muitos instantes da vida.

O ser humano parece estar perdendo os valores morais e até mesmo o amor ao próximo. Está faltando um pouquinho de Deus, dançar na quarta feira é o mínimo que pode acontecer...

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 04/03/2014
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