O pequeno guerreiro
Recentemente, assisti no Youtube ao video de uma mulher contando sobre a morte de um coelho que ela tinha encontrado abandonado em um estado de quase-morte, resgatado e levado ao veterinário, onde ele ficara internado até que ela o levou para sua casa, cuidando dele até que, numa manhã, encontrou seu corpinho inerte deitado de lado. Segundo a mulher, fundadora da Ong Adote um Orelhudo, que resgata coelhos abandonados e maltratados, o pobre animalzinho morrera de edema pulmonar, após ter lutado pela vida durante um mês no hospital veterinário e viver com ela quase dois meses.
Ela o encontrara sem rabinho, com pata quebrada, paralisia nas patinhas traseiras, cortes, machucado e esquelético, além de um ouvido infeccionado. Durante o tempo em que ela cuidou dele, ele tomou soro, antibióticos, ganhou peso, foi submetido a sessões de acupuntura e morou com outros coelhos, correndo na grama.
De início, fiquei muito triste porque me pareceu injusto que ele tenha morrido após lutar tanto pela vida. Mas, pensando bem, pelo menos o pequeno guerreiro teve a chance de viver seus últimos dias ao lado de alguém que o amou, protegeu e alimentou e, após tantos maus-tratos, é incrível como ele ainda viveu tanto tempo. Talvez ele estivesse destinado a encontrar essa mulher para não morrer abandonado e se sentir amado,mas não podemos dizer nada. Que entendemos dos mistérios da vida?
A história desse coelho me revoltou porque, como tenho um, que é meu xodó, acho inacreditável, enojante que alguém seja capaz de tamanha maldade com um animal tão lindo e indefeso. Ela também deve servir de alerta para que as pessoas entendam que adquirir um animal não é adquirir um objeto. Animais dão trabalho. Quem quer ter um animal, tem que estar disposto a gastar tempo e dinheiro para atender às necessidades do animal, amar e proteger e considerar que animais sentem dor e medo como nós e, ao adquiri-los, nós nos tornamos tudo o que eles terão. Seremos os responsáveis por sua vida, saúde e bem-estar.
Acrescento que assistir ao vídeo só reforça minha crença de que os animais são mesmo incríveis. O pouco que fizermos por eles será muito e eles nos serão sempre agradecidos, querendo de nós apenas que os amemos, dando-se a nós em todos os aspectos, ao passo que os seres humanos, meu Deus, muitas vezes, mesmo que façamos por eles tudo o que pudermos, não se satisfazem. Os animais sabem amar da forma mais pura, desinteressada e apaixonada. E esse é o amor que todos nós precisamos em nossa vida.