Falando de carnaval e do Bezerra
Primeiro quero deixar claro que continuo sem gostar de carnaval. Juro que neste ano tentei mudar meu conceito, mas não consegui. Para mim o carnaval é uma festa tão emocionante quando uma corrida de tartarugas.
Na verdade, gosto de tartarugas. Respeito-as pelo menos, pois elas conseguem carregar a própria casa nas costas e não incomodam ninguém, já os foliões esquecem-se que tem casa e tudo o que fazem é importunar a vida dos outros.
Chega-se constrangedor a quantidade de individuo michando nos muros sem qualquer cerimonia. A quantidade de gente transando em qualquer lugar, sem se dar o menor trabalho de se preocupar com isso.
Eu não entendo a cabeça do ser humano, e desconfio que ninguém nunca conheceu, porque, somente o ser humano é capaz de fazer tanta besteira em período tão curto de tempo.
Quando eu vejo os milhões que o carnaval movimenta eu me pergunto para onde vai tanto dinheiro. Você já parou para pensar quanto tempo você gasta trabalhando para recuperar a grana que você gasta em um carnaval?
A fase mais esdruxula que eu sou obrigado a ouvir neste período de carnaval, é que esta festa tosca é o que o Brasil tem de melhor. Como se essa cultura carnavalesca não fosse uma coisa muito mais carioca do que brasileira. Não posso admitir que um país tão rico culturalmente fique refém do carnaval, como se mais nada existisse de cultura neste país e nossas mulatas mostrando a bunda fosse nosso maior patrimônio cultural.
Por falar em mulata, a cultura afro, que deveria ser a base do carnaval esta cada vez mais perdidas. Loiras famosas, estão se tornando destaque de todas as escolas de samba. Burgueses estão de dono dos blocos e cada vez mais a nossa mais popular festa, se torna na mais popular festa da elite, embutido na falsa ideia de que carnaval é festa popular e não popular festa.
Resumindo tudo numa frase: Eu não gosto de carnaval.