A mesa dos deuses
Se há uma coisa que me incomoda em congressos, palestras e afins são os excessos. Os excessos são realmente inconvenientes e nesses eventos há excesso de tudo: excesso de pompa, excesso de pose, de títulos, de fala, principalmente de fala, o mediador de uma mesa de debate é mesmo um sofredor, tentando "cutucar" discretamente o palestrante com papelinhos: precisamos encerrar, dez minutos, cinco minutos, zero minuto, estamos extrapolando o horário e quase: socorro, estou demitido.
Enquanto isso, o palestrante, apesar dos sinais de que entendeu, segue incansavelmente, atropelando o discurso para querer dar conta de tudo que engoliu ou que expeliu demais.
Mais ainda pior do que isso, só mesmos as "rasgações de seda". Eu, com meu senso prático, fico me indagando sobre quantas coisas verdadeiramente relevantes à palestra já podiam ter sido ditas, enquanto o falante se debulha em agradecimentos, elogios, puxasaquismos e outros ismos.
Então lá estão eles, sentados como deuses, donos do discurso, donos do poder que lhes dá o "púlpito", como pastores, oradores, juizes, autoridades que detêm o poder da fala. Muitos tropeçam em "onde" no lugar errado e insistem no erro, mas não percebem, são detentores do poder e Deus disse: faça-se a luz e a luz se fez.
Óh, pobres mortais, que somos nós, míseros espectadores, sentados e pequenos diante do enorme palco. Aplausos. O que foi mesmo que ele quis dizer?