Cheia do Rio Madeira
Nestas últimas semanas, estamos presenciando a maior cheia do Rio Madeira de todos os tempos. São mais de duas mil famílias espalhadas pelas escolas, igrejas e amontoadas em casas de parentes.
Muitas delas, saíram com a roupa do corpo, não deu tempo de salvar nada, estão contando com a solidariedade e generosidade. Todos estão se mobilizando para levar uma ajuda.
O que me chamou atenção foi um senhor que devia ter seus setenta anos, enquanto a defesa civil retirava seus pertences, ele parecia alheio à tudo, sentado na mureta da varanda, simplesmente pescava e ficou muito feliz, quando viu que tinha um peixe no anzol com a sua alegria e simplicidade dava à entender que ainda existia esperança em meio a tanto infortúnio. Também vi uma senhora, estava, por incrível que pareça, na beira do asfalto, pescando com seus quatro filhos, tentando garantir o almoço das crianças.
A situação é dramática, caótica, de desespero e impotência e mesmo diante de tudo isso, ainda encontramos pessoas que não se entregam, nem se intimidam, lutam com unhas e dentes para sobreviver, apesar de todo esse flagelo, trazem nos olhos o brilho da esperança de dias melhores e servem de exemplo pra muita gente, que por coisas tão banais desistem dos seus objetivos.