RECANTO E SUA RICA INTERLOCUÇÃO.
“Caro Celso: Por que será que Deus criou esses milhares de milhões de galáxias? Não seria, se é que não há morte para a alma, para ajuntá-las na vida eterna conforme suas vivenças aqui? Achas que isso não tem sentido? Suas crônicas deixam-nos cada vez mais conscientes das verdades do após morte. Grande abraço. Ayres.”
Ayres, novo e nobre amigo da antena, nunca pretendi ir além da história, embora não seja evolucionista. Desnecessário ter conhecimento, creio assim, ou pretender a impossibilidade de ser sábio, basta o esclarecimento, e ele entra pelos sentidos que todos têm. Tomás de Aquino via alma nas plantas, no reino vegetal, pelos sentidos, da mesma forma que chegou a Deus pelos sentidos, descerrando suas famosas “cinco vias”.
Como o que foi semente, cresceu e lança no ar galhos, folhas, flores e fruto? O que a ciência botânica explica é pouco. O movimento e o tempo são pouco explicados, e são raízes de tudo, só parciais vestíbulos se inferem dessa complexidade fechada às portas da inteligência, seja mínima ou máxima, de gênios ou de seres comuns como nós.
Como nunca será explicado para os mortais O PRIMEIRO MOVIMENTO, sem o qual nada existiria, Deus, chamem do que entenderem melhor, big bang, amebas, explosões cíclicas, bilhões de anos. Um ente inalcançável de causa e efeito. Isto é profissão de fé. Não efeito sem causa, movimento posterior sem o anterior.
Collins, o descobridor do mapeamento da vida, DNA, em sua eminente formação científica, paradoxalmente, para o desespero dos evolucionistas como Dawkins, decreta que totalmente conciliáveis são Criacionismo e Evolucionismo.
Estão presentes os sinais da eternidade em seus ciclos, na matéria e na imaterialidade. Naquela na permanente transformação do pó em pó, no homem no pó animado como matéria que respira, inala oxigênio, mas pensa, tem discernimento, mais que instinto, e se mostra sedimentado pela história do pensamento deixado pelos cultores de uma Lei Moral legada pelos bons, que fica, por suas almas, imateriais.
O sábio sabe que não sabe, ensinou um dos maiores pensadores, Sócrates, e nada escreveu, nos chegando seus ensinamentos por seu grande aluno Platão.
Dessas oralidades significativas nada maior do que a do ser que dividiu as épocas AC e DC. Nada tivesse de divino, Jesus de Nazaré já seria o ser humano mais singular, nada igual.
Pertencemos todos á eternidade Ayres, desde sempre.
“No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia.” Génesis.
As interpretações são muitas, mas humanas como os livros sagrados, escritos pelos homens, e os homens tendem para suas inclinações. Criou os céus, entenda-se cosmos. É o criacionismo atestado por livros. Houve testemunhas? Só a mudez do tempo, o grande soberano, por isto o Senhor da Razão. Criou tudo, assim também as galáxias que você refere. Seria para apascentar aos mortos, suas almas, conforme suas vidas no planeta terra?
O segundo maior monumento da literatura responde, A Divina Comédia de Dante Alighieri. É ponto de firme crença ou um célebre romanceado? Cada um forme sua convicção, artigo de entronização absolutamente personalíssimo.
Mas fiquem os sentidos delegados atentos para os que com eles nascem caminharem nestas interrogações ilimitadas como as que você faz com percuciência. Quem não duvida em nada crê, muito menos em Deus, energia máxima.
Dez dias em coma profunda, meu pai diante da chegada de um padre colega seu de professorado quando jovem no Salesianos de Niterói, que fora Diretor do Colégio onde estudei, quando da entrada do padre no quarto onde estava ligado meu pai a aparelhos e só por isso vivo, respirando por “Bird”, mecanicamente, acordou, ficou com expressão nos olhos, estendeu o braço para o Padre Agra, ouviu a extrema-unçaõ consciente, e terminado o sacramento mergulhou em profunda coma novamente e fez em seguida sua última viagem, ESPERAVA A VISITA DE SUA FÉ, E O FEZ POR LONGOS DEZ DIAS E ACORDOU PARA RECEBÊ-LA E PARTIU.